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I SÉRIE — NÚMERO 107

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Quais as desculpas, Sr. Primeiro-Ministro? Já sabemos de muitas habilidades, de muitas habilidades, Sr.

Primeiro-Ministro, quando as coisas correm muito mal! Aliás, normalmente desculpa-se com o Governo anterior

quando as coisas correm mal, aquele governo que salvou o País da bancarrota. Outras vezes, quando as coisas

ainda correm pior, aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro costuma fazer é desaparecer: foge do País, vai de férias.

Aconteceu isso aquando dos incêndios de 2017 e 2018.

Mais recentemente, descobriu uma nova habilidade, a do «atirar-se para o chão». Faz lembrar aquele

futebolista que entra na área, sente-se pressionado pelos adversários e o que é que faz? Atira-se para o chão

e diz: «Penalti!». E o árbitro apita penalti.É isso que o Sr. Primeiro-Ministro faz. O árbitro, pressionado pelos

adversários, o que é que faz? Mantém o penalti, nem sequer vai ao VAR (vídeo árbitro).

Foi isto que o Sr. Primeiro-Ministro fez, precisamente, com a situação dos professores e está a ser

contagiante neste Governo.

Pois é, Sr. Primeiro-Ministro, os senhores enganam alegremente os portugueses, mas o País empobrece

tristemente.

Sr. Primeiro-Ministro, como consegue justificar tanta incompetência? Qual vai ser a habilidade do Governo

para justificar estes maus resultados na execução dos fundos comunitários, que têm uma relação umbilical com

a execução do investimento público?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Passamos, então, ao Bloco de Esquerda.

Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e

Srs. Deputados, creio que o estado da direita neste debate mostra bem o estado em que estiveram ao longo

dos últimos quatro anos, um estado de desorientação total.

Chamaram o diabo repetidamente, mas, na verdade, quem desceu aos infernos foi o PSD e o CDS, ainda

agarrados ao passado da troica e, principalmente, porque, ao contrário do que diziam, se provou que havia uma

alternativa.

Exatamente por isso consideramos que o caminho que iniciámos em 2015 valeu a pena e essa é a posição

do Bloco de Esquerda.

Mas, olhando para trás, sabemos que a vida não começou nem acabou no programa eleitoral do Partido

Socialista, nem no seu cenário macroeconómico, e nunca estaríamos aqui se o PS tivesse cumprido o seu

programa: manteria o congelamento das pensões; continuaria a atacar por mais tempo os salários, com cortes

institucionais; manteria por mais tempo o peso dos impostos sobre os rendimentos do trabalho. O apoio que o

consumo interno teve nunca teria acontecido e a economia nunca teria criado empregos nem teria crescido

como cresceu.

Mas sabemos também que, apesar de alguns terem assinado o acordo à esquerda, há ainda órfãos deste

programa eleitoral do Partido Socialista e há até alguns que parecem ter ciúmes desse programa eleitoral do

Partido Socialista, dos acordos à esquerda e da governação que acabou por acontecer. Por isso, das

interpretações que podemos fazer das diversas frases incompletas — algumas inconclusivas, mas todas elas

politicamente concludentes — é que os anseios de uma maioria absoluta são apenas e só para regressar a esse

programa eleitoral do PS, que não redistribuiria pensões e deixaria que a austeridade, mesmo que de forma

light, estivesse na vida das pessoas.

O Sr. Jorge Costa (BE): — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Assumimos o ativo e o passivo desta Legislatura e assumimos os quatro

Orçamentos do Estado por completo, como ativo mas não como passivo do não cumprimento do investimento

público que o Governo levou a cabo.

Quando o Sr. Primeiro-Ministro dizia, há semanas, que um dos problemas era a falta de investimento nos

serviços públicos, a resposta está no seu Governo, não está, sequer, nos orçamentos do Estado que a

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