23 DE NOVEMBRO DE 2019
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racista de Bernardo Silva, jogador branco no Manchester City, sobre o seu colega negro Benjamin Mendy, na
qual este compara Mendy a um Conguito, que é uma caricatura belga e racista do negro.
O Livre é um partido antirracista e por isso votou favoravelmente no primeiro ponto da exposição deste voto
do CDS, que afirma «[r]epudiar e condenar toda e qualquer prática de racismo, nomeadamente no desporto».
O desporto tem sido um palco repleto de episódios de racismo que são do conhecimento público, mas
também um terreno de relativa impunidade face a comportamentos intoleráveis pela parte de atletas e técnicos,
bem como aos seus praticantes e funcionários oriundos de minorias étnicas e raciais. Importa, pois, ao Livre,
garantir que nenhuma atitude racista seja relativizada, tendo em conta o combate à normalização do racismo.
Pelo facto acima, o Livre votou contra o ponto dois deste voto de repúdio e condenação, pois este
solidarizava-se com o autor da publicação de teor racista e não com a vítima de racismo que foi Benjamin Mendy.
Os atos racistas não precisam de ser feitos com maldade para serem racistas, porque a normalização de
comportamentos racistas e o humor, muitas vezes a este associado, advêm de um ambiente que tem sido
caracterizado como sendo institucionalmente racista, como é o futebol e o desporto em geral.
As relações permitem-nos limar o sentido discursivo das palavras. Em Fragmentos de um Discurso Amoroso,
Roland Barthes diz-nos que a linguagem que construímos numa relação é irrepetível quando um dos elementos
da relação desaparece. Neste caso, o particular da relação fraterna entre os dois jogadores de futebol não pode
ser universalizado, sob pena de universalizarmos uma impossibilidade: neste caso, e neste cenário, racista.
Cabe-nos enquanto sociedade e partidos, lutar quotidianamente e com os instrumentos políticos disponíveis
para a edificação de uma sociedade que dignifique todos, em cada espaço, situação ou instituição.
Assembleia da República, 27 de novembro de 2019.
A Deputada do L, Joacine Katar Moreira.
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Nota: As declarações de voto anunciadas pelo Deputado do PSD António Maló de Abreu, pelo Deputado do
PCP João Oliveira, pela Deputada do CDS-PP Cecília Meireles e pelo Deputado do CH, André Ventura,
referentes a esta reunião plenária não foram entregues no prazo previsto no n.º 3 do artigo 87.º do Regimento
da Assembleia da República.
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Relativa ao Voto n.º 29/XIV/1.ª (PS) [votado na reunião plenária de 15 de novembro de 2019 — DAR I Série
n.º 7 (2019-11-16)]:
O Chile é uma Democracia onde, felizmente, as suas instituições são legítimas e funcionam. É um país onde
as alegadas violações de Direitos Humanos — como as recentes — são investigadas. Como é evidente, todos
os responsáveis pelos alegados atos de violação de Direitos Humanos, seja no Chile ou em qualquer outro país
do mundo, devem ser investigados e levados à Justiça.
O Deputado do PSD, Paulo Neves.
[Recebida na Divisão de Redação em 21 de novembro de 2019].
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Relativa ao Voto n.º 20/XIV/1.ª (BE) [votado na reunião plenária de 15 de novembro de 2019 — DAR I Série
n.º 7 (2019-11-16)]:
Através do Voto n.º 32/XIV/1.ª (PCP) — De condenação da guerra de agressão contra a Síria e o seu povo,
o Grupo Parlamentar do PCP expressou a sua condenação da brutal operação de subversão, agressão e