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5 DE DEZEMBRO DE 2019

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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma última declaração política, ao abrigo do n.º 2 do artigo

71.º do Regimento, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta é, sem margem para dúvidas, uma

Assembleia cada vez mais longe das pessoas, a juntar-se, claro, a um Presidente da República que tira selfies

atrás de selfies e nada resolve sobre o País que temos.

Temos um Governo que diz ter contas certas, mas hoje mesmo soubemos que o défice previsto de 90 milhões

para o SNS está, afinal, em 559 milhões — 559 milhões!

Mas este é também um país em que os políticos viraram as costas às pessoas. E quando lá fora se discute

Tancos, agora atribuído a um juiz de instrução, quando se discute o Serviço Nacional de Saúde ou os terroristas

de Aveiro, que tiveram de ser presos em França porque aqui tinham asilo político — asilo político! — de que é

que nós falamos? Falamos da Greta, que chega a Lisboa, onde alguns de nós, que não eu, estiveram presentes.

Estiveram lá muitos de vós, a aplaudir e a tirar fotografias.

Mais: temos propostas a entrar nesta Câmara sobre os elefantes no Camboja e os portugueses a olhar e a

ver o que estamos aqui a fazer: estamos a discutir os elefantes que fazem passeios turísticos no Camboja!

O Sr. André Silva (PAN): — Pois, é uma vergonha!

O Sr. André Ventura (CH): — Ainda fazemos mais: num fim de semana, à entrada de uma semana pouco

relevante politicamente, fala-se de regionalização, assim como quem não quer a coisa, a ver se pega. Nós não

queremos nem referendo nem debate sobre um projeto que já é claro que só serve para uma coisa, para dar

tachos que os portugueses não querem pagar e não merecem pagar.

Por isso, podemos fazer os referendos que quiserem, podemos debater o que quisermos, mas trazer

novamente o tema da regionalização, numa altura em que os portugueses fazem tantos sacrifícios pela sua vida,

é gozar com os portugueses. Não, nós não queremos regionalização, porque são tachos que não foram dados

e que têm de ser agora distribuídos.

Estamos perante um Governo que diz ter contas certas mas que não paga aos empresários aquilo que deve.

E a dívida do Estado — esse tal Estado que cresceu tanto nos últimos meses — não para de aumentar para os

empresários!

Quanto aos professores, a bandeira destes senhores que estão aqui à minha esquerda e que diziam, e cito,

que «Nunca apoiaremos um Governo que não trata bem os professores», onde é que estão esses senhores

agora? Parece que desapareceram desta Assembleia. São esses mesmos professores que não têm subsídio

de alojamento, que continuam em falta e, mais, que nem autoridade têm nas escolas, onde agora se quer que

os alunos passem até ao 9.º ano sem qualquer problema. Esta semana uma professora foi agredida em Marvila

e estava grávida. O que fez o PS, o Bloco de Esquerda e o PC?

O Sr. João Oliveira (PCP): — É PCP!

O Sr. André Ventura (CH): — Não interessa! É um caso, é um episódio, não é, Srs. Deputados? Não, é uma

classe inteira que sente, cada vez mais, não só a fúria dos impostos mas também a desautorização que lhe é

cometida pelo Estado.

Protestos do PS, do BE e do PCP.

Os professores precisam de nós e o Chega estará ao lado dos professores, mas não como faz o PC, que se

prepara para aprovar o novo Orçamento do Estado do Partido Socialista, ou o Bloco de Esquerda.

Por isso, nós fazemos aqui um desafio ao PC e ao Bloco de Esquerda,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — É PCP, seu analfabeto!

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