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I SÉRIE — NÚMERO 14

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O Sr. André Ventura (CH): — … que é o seguinte: se têm tanto amor pelos professores, se o Livre tem tanto

amor pelos professores, então, chumbem o Orçamento do Estado do Partido Socialista, porque o que vai dar

aos professores é uma mão cheia de nada. Nesse dia, os portugueses estarão a ver!

Meus senhores, há mais de 600 crimes por ano nas escolas — mais de 600! Pergunto: onde estão os projetos

para combater a criminalidade no meio escolar? Não existem! É como se, para nós, os professores não

interessassem. Sabemos agora que há professores que não receberam o subsídio de Natal e a resposta do Sr.

Ministro foi zero, até ao dia de hoje.

É um país que se preocupa com a Greta, com os elefantes,…

Risos do Deputado do PAN André Silva.

… que se preocupa com tudo, só não se preocupa com quem trabalha e com quem paga impostos.

O Chega denunciou aqui, nesta Casa, que havia uma incoerência fundamental neste Governo, que era dizer

uma coisa e fazer outra.

Com os precários acontece exatamente a mesma coisa. O Governo diz ter um grande plano para a

precariedade. O Sr. Primeiro-Ministro disse aqui, nesta Casa, que quando chegou encontrou uma situação

esdrúxula quanto aos funcionários da residência oficial e dos gabinetes. Disse: «Até já criámos uma divisão».

Vejam lá, Srs. Deputados, milagre! Esta divisão aparece na segunda-feira, no Diário da República. Há coisas do

diabo, há coisas do diabo!

Na segunda-feira, depois de confrontarmos o Sr. Primeiro-Ministro, aparece — e para que saibam os

números, para que não venham dizer que é invenção — o Despacho n.º 11325/2019. Tenho-o aqui comigo.

Protestos do PS.

E agora vejam: um Governo que vem aqui sistematicamente e diz «Srs. Deputados, não se preocupem,

estamos no caminho certo», quando nos vira as costas não deixa de nos mentir, não deixa de continuar na

mesma política errática de inconsistência.

Estamos a brincar com os portugueses. Mas vai haver um dia em que vão ser os portugueses a decidir o que

já não querem nesta Casa, porque, Srs. Deputados, nós podemos passar o tempo a falar da Greta, que vem de

barco, ou dos elefantes do Camboja ou podemos, até, ficar a discutir o que é que o grande capital fez no século

XIX ou no século XXI, podemos fazer isso tudo, mas não nos podemos esquecer de uma coisa: não nos

podemos esquecer de quem está lá fora a pagar os nossos salários, a pagar as nossas condições para

continuarmos a trabalhar por eles.

Hoje, há um País inteiro que olha para nós, que nos vê discutir temas que às pessoas dizem zero e pergunta

o que fazemos aqui. Isto é algo que nos devia envergonhar — o País inteiro! Um Primeiro-Ministro que

envergonha um país inteiro, uma Câmara que muitas vezes envergonha um país inteiro…

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Então, o que está a fazer aqui?!

O Sr. André Ventura (CH): — … e, mais, um país que se esquece muitas vezes daqueles que

verdadeiramente o sustentam, que são a tal classe média e não, Srs. Deputados, o grande capital.

Quem arrenda casas não é o grande capital, quem coloca as suas vidas numa poupança não é o grande

capital, são pessoas a quem muitos destes Srs. Deputados viraram as costas e que continuam, ainda hoje,

mesmo alguns sem querer, a pagar.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Esses do grande capital, que têm casas, que têm pequenas poupanças e que nós dizemos que são uns

monstros, que querem fugir aos impostos, são, na verdade, quem realmente nos sustenta para estarmos aqui,

e pelo menos respeito nós devíamos ter-lhes.

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5 DE DEZEMBRO DE 2019 57 O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Termina, assim, o
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