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7 DE FEVEREIRO DE 2020

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No julgamento de maio de 1961, foi espancado em pleno Tribunal da Boa Hora por denunciar as torturas da

PIDE.

Participou na célebre fuga de Caxias no carro blindado de Salazar, em dezembro de 1961, com mais sete

militantes comunistas, retomando de imediato a atividade partidária na clandestinidade.

Em abril de 1974, estava preso no Forte de Peniche, tendo sido um dos presos políticos libertados na

madrugada de 27 de abril.

António Gervásio foi participante direto e incansável em todo o processo da reforma agrária nos campos do

Sul, na liquidação do latifúndio, na constituição de unidades coletivas de produção e na luta sem tréguas na sua

defesa.

Destacado dirigente comunista, deixou valiosos testemunhos da sua rica experiência de vida e de luta,

contribuindo para a preservação da memória do que foi o fascismo e de como o PCP enfrentou a repressão e

se constituiu como o partido da classe operária e de todos os trabalhadores e a força dirigente da oposição

antifascista.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu pesar pelo falecimento de António

Gervásio e endereça aos seus familiares e ao PCP as suas condolências.»

O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr. Deputado.

Vamos votar este voto.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

De seguida, temos para votar o Voto n.º 168/XIV/1.ª (apresentado pelo PCP e subscrito por Deputadas do

PS) — De pesar pelo falecimento de Henrique Espírito Santo, que a Sr.ª Secretária Ana Mesquita vai fazer o

favor de ler.

A Sr.ª Secretária (Ana Mesquita): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Nascido em Queluz, em 1931, Henrique Espírito Santo faleceu no passado dia 19 de janeiro. Figura

incontornável do cinema português, iniciou a sua atividade profissional em 1966, estreando-se como diretor de

produção em 1971, no filme O Recado, longa-metragem de José Fonseca e Costa. Foi diretor de produção do

filme A Promessa, de António Macedo, primeiro filme português a ser selecionado para o Festival de Cinema de

Cannes, e de O Bobo, de José Álvaro Morais, primeiro filme português premiado no Festival de Cinema de

Locarno.

Henrique Espírito Santo foi diretor de produção de 27 filmes, ator em 21, tendo colaborado ou participado,

de diversas formas, em pelo menos mais 19. Além dos realizadores já referidos, produziu filmes de António da

Cunha Telles, Alberto Seixas Santos, Manoel de Oliveira, Luís Filipe Rocha, Margarida Gil, Solveig Nordlund,

João Mário Grilo ou João César Monteiro.

Teve toda uma vida dedicada ao cinema, reconhecida com o Prémio Sophia, atribuído pela Academia

Portuguesa de Cinema, em 2014, e com a publicação de um catálogo sobre a sua vida cinematográfica por parte

da Cinemateca Portuguesa, em 2016.

Destacou-se também pela sua participação no movimento cineclubista, descrito pelo próprio como ‘grande

movimento cultural de massas de resistência ao fascismo’, pelo seu papel no novo cinema português, pelo

contributo para a dignificação, valorização e difusão do cinema português.

Henrique Espírito Santo formou várias gerações de homens e mulheres do cinema e foi um extraordinário

exemplo de amor a esta arte, de dedicação, capacidade de trabalho e, simultaneamente, de uma generosidade,

solidariedade e fraternidade por todos reconhecidas.

Membro do Partido Comunista Português desde maio de 1957 até ao final da sua vida, participou ativamente

na resistência e na luta contra o fascismo, no plano cultural e político.

A Assembleia da República, reunida em Plenário, expressa o seu pesar pelo falecimento de Henrique Espírito

Santo e envia aos seus familiares e amigos sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Vamos votar o voto que acaba de ser lido.

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