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28 DE FEVEREIRO DE 2020

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A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Fala, fala, fala!…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Fala, fala, fala, fala, mas, quando chega à altura de fazer, não faz nada,

manda. Já percebemos, Sr. Deputado: quem quer faz, quem não quer manda.

Aplausos do BE.

Ouvir o CDS — tão imobilista que ele está que parece esconder até que teve mão na colocação de Carlos

Costa no Banco de Portugal — é ouvir os argumentos estafados da Associação Portuguesa de Bancos.

Se perguntássemos ao CDS: «Há um problema?». Responderia: «Pode haver, se calhar há, se calhar não».

Se disséssemos: «Mas as pessoas estão a ser roubadas. Elas sentem no bolso que estão a ser roubadas!».

Responderia: «Se calhar sim, se calhar não. É melhor deixar tudo como está, não vá a coisa ficar ainda pior».

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Não ouviu nada do que dissemos!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E o Deputado do Iniciativa Liberal, que hoje poderia vir dizer «bem, mas

o mercado não, o mercado está a funcionar e há uma concorrência que garante que as pessoas estão

salvaguardadas», entrou a falar fininho e até já saiu do debate. O Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo não

reconhece que a sua ideologia faliu no sistema financeiro.

Aplausos do BE.

Protestos do CDS-PP, do CH e do IL.

Onde está a concorrência? Está no roubo das comissões! Onde está a defesa dos consumidores? Está no

roubo das comissões! É isso que defende.

Sr. Deputado, o «minuto liberal» mais parecia o filme Titanic: a afundar, aqui, como o sistema financeiro.

É que nós lembramos esta situação mas, acima de tudo, as pessoas sentem no bolso o que significa o peso

do sistema financeiro na sua realidade.

Concluo referindo números que são brutais — brutais! — e que mostram como há um setor que se sente

acima do País, o que é algo que não podemos suportar.

Num ano, mais de 3600 milhões de euros só em comissões, taxas, taxinhas. Porquê? Pelo facto de as

pessoas terem o seu dinheiro nos bancos. Têm lá o dinheiro e ainda cobram 3600 milhões de euros!

De fundos públicos, numa década, 23 800 milhões de euros — 23 800 milhões de euros! Um outro CDS

saberia que isso equivale a mais de 40 submarinos que foram para o sistema financeiro. Mais de 40 submarinos!

Protestos do CDS-PP.

Só para o Novo Banco vão 3900 milhões de euros! A pergunta que se coloca é: isto basta? Isto chega? Não!

O sistema financeiro diz que quer ainda mais.

Protestos do CDS-PP e do CH.

Perguntamos: há aqui, na Assembleia da República, Deputados e Deputadas que concordam com o que o

nosso povo diz, ou seja, «não queremos pagar mais para este sistema financeiro, não aceitamos mais este

roubo»?

Uma última palavra sobre aquela ideia de que quem paga manda. Quem detém um banco público tem a

obrigação de exigir desse banco que tenha uma política pública e não replique o pior que fazem os privados.

Entre as comissões a cujo pagamento obriga e a forma como às vezes toma a dianteira para ser protagonista

nesse roubo, a Caixa Geral de Depósitos, imaginem — chegou-nos esta notícia —, cobra comissões às escolas,

serviços públicos, que recebem dinheiro em numerário e que vão lá depositar as moedas. Na Caixa Geral de