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I SÉRIE — NÚMERO 44

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carreira, afirmava, numa entrevista, ter tido, durante o Estado Novo, letras cortadas, canções proibidas e, até, o

disco mais celeremente apreendido em Portugal.

Uma das últimas atuações de Pedro Barroso deu-se em setembro de 2019, na Gala do Centenário do Clube

de Futebol ‘Os Belenenses’, clube de que era sócio inveterado, sendo autor de um dos seus hinos.

Pedro Barroso deixa também uma marca na literatura, tendo publicado vários títulos de poesia e ficção, e na

pintura, assinando vasta obra como Pedro Chora.

Fiel aos valores que o caracterizavam, participou ativamente na Sociedade Portuguesa de Autores e no

Sindicato dos Músicos, integrando os respetivos corpos sociais e neles defendendo, de forma intransigente, os

direitos dos autores, de que é prova o Manifesto sobre o Estado da Música Portuguesa, de que foi um dos

principais promotores, em 2002.

No momento do seu desaparecimento, a Assembleia da República presta homenagem ao autor, músico e

intérprete, que foi também, pela canção e pela palavra, um combatente antifascista.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu pesar pelo falecimento de Pedro

Barroso, endereçando aos seus familiares e amigos as mais sinceras condolências.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Segue-se o Projeto de Voto n.º 206/XIV/1.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento de João

Gomes, que vai ser lido pelo Sr. Secretário Duarte Pacheco.

O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«João Gomes faleceu aos 85 anos, no passado dia 24 de março, em Lisboa, depois de hospitalizado com

doença crónica. Nascido em Lisboa em 1934, casado, com dois filhos, foi um dos fundadores do Partido

Socialista, foi Deputado à Assembleia Constituinte, em 1975, e Deputado à Assembleia da República, pelo

círculo de Lisboa, nas Legislaturas seguintes, até 1985. Integrou, ainda, o II Governo Constitucional de Mário

Soares, enquanto Secretário de Estado da Comunicação Social.

Foi o primeiro jornalista português a obter uma licenciatura em Jornalismo na prestigiada Escola Superior de

Jornalismo de Lille, França, em 1966. Exerceu as funções de diretor do Diário de Notícias e do Portugal Hoje,

tendo ainda participado na revista Flama, no jornal República, na Luta, no Diário de Lisboa e no Correio do

Minho. Integrou os corpos gerentes do Sindicato Nacional dos Jornalistas no final dos anos 60, numa lista afeta

à oposição democrática, defensora da liberdade de informação e contrária ao regime de censura. Presidiu,

então, ao Conselho Técnico e de Disciplina (atual Conselho Deontológico).

Militante desde muito jovem da Ação Católica, foi presidente diocesano da Juventude Operária Católica de

Lisboa e, mais tarde, presidente ao nível nacional da estrutura. João Gomes participou na Revolta da Sé, em

1959, ato que o levou a estar preso nas cadeias de Aljube e Caxias. Mais tarde, foi julgado e absolvido pelo

Tribunal Militar de Santa Clara. Voltou a ser preso pela PIDE, a propósito da constituição da PRAGMA —

Cooperativa de Difusão Cultural e Ação Comunitária, SCRC. De 1972 a 1974 foi presidente da Liga Operária

Católica (LOC), organismo que representou na Junta Central da Ação Católica Portuguesa. Já em democracia,

fundou e dirigiu até à sua extinção a revista Actos — Cristãos na Sociedade Nova. Mais tarde, em 1996, foi um

dos fundadores do Fórum Abel Varzim — Desenvolvimento e Solidariedade.

Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia, entre 1983 e 1986, e presidente da Caixa de Previdência do

Pessoal das Companhias Reunidas Gás e Eletricidade (EDP), entre 1986 e 2000.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de João

Gomes, presta homenagem ao cidadão exemplar, Deputado constituinte e antigo parlamentar e apresenta

sentidas condolências aos seus familiares e aos seus amigos.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

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