O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 45

140

———

Relativa aos Projetos de Resolução n.os 141/XIV/1.ª (PAN), 239/XIV/1.ª (PEV) e 267/XIV/1.ª (BE) [votados

na reunião plenária de 6 de março de 2020 — DAR I Série n.º 38 (2020-03-07)]:

O lobo-ibérico é uma espécie protegida, presente no Centro e Norte de Portugal, cuja situação é

particularmente delicada nas alcateias a sul do rio Douro (como é o caso das serras da Freita, Montemuro e

Cinfães). Nestes locais, as presas selvagens, como é o caso do corço, encontram-se em recente expansão,

registando ainda baixos valores de densidade; no caso das populações de javali, a informação é escassa, mas

as crescentes queixas de agricultores e relatos indicam o contrário.

Quando existem poucas presas selvagens são registados diversos episódios de ataque a gado doméstico

por parte de lobo-ibérico, o que tem originado conflitos homem-vida selvagem.

Para proteger o lobo-ibérico é necessário garantir o equilíbrio dos ecossistemas, assim como as

compensações atempadas pelos ataques do lobo-ibérico ao gado doméstico. Atualmente, esse é um processo

moroso que chega a levar meses.

É também necessária a monitorização do lobo-ibérico em todo o país para que seja possível estabelecer

planos de gestão que tenham em conta as tendências populacionais e que possam responder da melhor forma

às necessidades do habitat, da espécie, do ecossistema e do Homem como sua parte integrante. O mesmo se

aplica às espécies de presas selvagens do lobo-ibérico, como o javali, o veado, o corço e a cabra-montês.

Só incluindo nos planos globais de gestão medidas adequadas a cada situação, de modo a efetuar uma

gestão adaptativa e, também ela, prevenir conflitos homem-vida selvagem, se contribui para a preservação do

lobo-ibérico.

Pelo contrário, medidas que se apliquem a uma realidade heterogénea de forma insensível às diferenças e

variações populacionais, com limitação injustificada de atividades cinegéticas, que hoje são determinantes no

controlo de algumas espécies como o javali, ou com a limitação indiscriminada de potenciação do território e

desenvolvimento local, apenas acentuam os conflitos homem-natureza.

O PCP entende que o caminho para a preservação das espécies, dos habitats e do meio ambiente tem de

ser feito envolvendo as populações e compaginando os diferentes interesses em causa, sob pena de se

adotarem soluções que se revelarão contraproducentes.

Nesse sentido, o PCP apresentou um projeto de resolução que acautelava as diversas necessidades para

a preservação do lobo-ibérico. Tendo em conta as preocupações que foram apontadas, absteve-se na votação

do Projeto de Resolução n.º 141/XIV/1.ª (PAN) — Recomenda ao Governo a implementação do Plano de Ação

para a Conservação do Lobo-ibérico e do Projeto de Resolução n.º 239/XIV/1.ª (PEV) — Reforço de medidas

com vista à proteção do lobo-ibérico em Portugal. O Projeto de Resolução n.º 267/XIV/1.ª (BE) — Recomenda

medidas de conservação do lobo-ibérico e das suas presas silvestres coloca limitações objetivas ao

desenvolvimento das regiões onde exista o lobo-ibérico, como é o caso das Beiras, Trás-os-Montes e Alto

Minho, pelo que mereceu o voto contrário do PCP.

Assembleia da República, 3 de abril de 2020.

A Deputada do PCP, Alma Rivera.

[Recebida na Divisão de Redação em 3 de abril de 2020].

———

Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

Páginas Relacionadas
Página 0114:
I SÉRIE — NÚMERO 45 114 Passamos agora à página 2 do guião principal
Pág.Página 114
Página 0115:
9 DE ABRIL DE 2020 115 Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra
Pág.Página 115