O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 45

50

O Bloco de Esquerda defendeu, desde logo, o não pagamento de qualquer compensação, mantemos

exatamente essa posição neste debate e registamos que o Governo veio acompanhá-la publicamente. Por

isso, do que se trata agora é de fazer cumprir, preto no branco, que estas compensações inaceitáveis não têm

lugar.

Quando se pede tanto a tantos, para responder à maior crise que enfrentamos, não podem os que mais

têm ficar de fora deste esforço. O País já paga rendas demais e agora é tempo de mobilizar todos os recursos

para enfrentar a crise sanitária, responder à crise social, proteger o emprego e proteger as micro e pequenas

empresas.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado João

Cotrim de Figueiredo.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Nas crises muito se

revela — a solidez das instituições, a força das convicções, a capacidade de resistência e a fibra das pessoas.

Perante as dificuldades, revelam-se aqueles que hesitam, aqueles que se aproveitam e aqueles que não

conseguem ver para além do próprio umbigo ou do problema imediato.

Os diplomas que aqui vamos votar hoje versam sobre matérias importantes mas que, na sua maioria, se

focam no problema imediato na economia. Percebe-se que assim seja, mas deixem-me que vos diga que é o

caminho mais fácil.

É mais fácil tratar um sintoma que a crise exacerbou do que encarar a sua razão de fundo. É mais fácil e

mais urgente acudir à necessidade imediata do que preparar o futuro. É mais fácil achar que só o combate à

epidemia merece prioridade e destaque e deixar «o dia seguinte» para discutir noutra altura.

Mas, nesta como em tantas outras situações, o caminho mais fácil não é aquele que nos leva mais longe. É

agora, quando ainda há muito a fazer no combate à epidemia, que devemos começar a preparar o futuro, não

por ser fácil, mas por ser preciso.

Esta pandemia há de passar, não durará para sempre, mas algumas das mudanças que produziu em

Portugal e no mundo durarão para sempre. A aceleração da economia digital e a eficácia do teletrabalho e

outras formas de colaboração à distância são apenas dois exemplos, entre muitos, de coisas que não voltarão

a ser como eram.

Estas mudanças podiam ser ocasiões para Portugal progredir, mas era preciso que houvesse rasgo e visão

por parte de quem nos governa. Para este Governo, o melhor que podemos aspirar é vencer o vírus, para

voltar à nossa vidinha, resignados e dependentes do Estado, como se o mundo tivesse ficado na mesma. Não

aceitamos esta visão!

Queremos mais: vencer o coronavírus, com certeza, sem tibiezas e sem abusos do Estado de direito, mas,

sobretudo, aproveitar as mudanças que já estão a ocorrer para criar um Portugal que possa, finalmente, dar a

esperança de uma vida melhor, mais livre e mais responsável para todos.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Vou concluir, Sr. Presidente.

Hoje, vamos votar estes diplomas, mas com votos num futuro mais liberal.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, também para uma intervenção, a Sr.ª Deputada

Joacine Katar Moreira.

A Sr.ª Joacine Katar Moreira (N insc.): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: A maior incubadora da COVID-

19 é a pobreza, e ela é exatamente um vírus horroroso, insistente e antiquíssimo que vem hoje, mais uma vez,

revelar-nos que é necessário unirmo-nos e combatê-la, independentemente do contexto de maior ou menor

emergência.

Páginas Relacionadas