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17 DE ABRIL DE 2020

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Peço ao Sr. Secretário Duarte Pacheco que faça o favor de ler este voto.

O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Faleceu, no passado dia 14 de abril, vítima de COVID-19, a Professora Maria Ângela Brito de Sousa, nome

maior da ciência portuguesa.

Investigadora e professora catedrática de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da

Universidade do Porto, Maria de Sousa teve uma notável carreira académica e científica, sendo uma das

primeiras mulheres portuguesas a serem reconhecidas internacionalmente pelas suas descobertas científicas.

Nascida em Lisboa, em 1939, Maria de Sousa licenciou-se em Medicina em 1963, pela Faculdade de

Medicina de Lisboa, tendo então iniciado uma brilhante carreira dedicada à investigação científica em Inglaterra,

em 1964, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em 1967, parte para a Escócia, onde, em 1972, se doutorou em Imunologia na Universidade de Glasgow.

Em 1975, seguiu para os Estados Unidos, para o Instituto Sloan Kettering para a Investigação do Cancro, em

Nova Iorque, para a Faculdade de Medicina de Cornell, em Nova Iorque, e para a Faculdade de Medicina de

Harvard, em Cambridge, Boston.

O seu regresso a Portugal ocorreu já no período democrático, em 1984.

Académica de sólida formação ética e moral, a quem a ciência muito deve, do seu contributo incluem-se

descobertas fundamentais na área da Imunologia, referentes à distribuição de linfócitos T nos órgãos linfóides

de mamíferos.

Mas Maria de Sousa era também escritora e mulher de uma enorme cultura e humanidade, que insistia em

sair da academia e abraçar o mundo, visitando museus com os seus alunos e com eles discutindo as obras em

exibição. Não por acaso, a sua última aula teve como mote ‘Uma escola sem muros’. Estas dimensões refletem-

se ainda de forma tocante no poema que Maria de Sousa escreveu poucos dias antes de partir, intitulado ‘Carta

de Amor numa Pandemia Vírica’.

Ao longo da sua carreira, Maria de Sousa foi objeto de múltiplas distinções, como o Grande Prémio Bial de

Medicina, em 1995, o Prémio Estímulo à Excelência, em 2004 e a Medalha de Ouro de Mérito Científico, em

2009, ambos atribuídos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e ainda o Prémio Universidade

de Coimbra 2011. Mais recentemente, recebeu o Prémio Universidade de Lisboa 2017.

Foi igualmente condecorada por três Presidentes da República: em 1995, por Mário Soares, com o grau de

Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique; em 2012, por Aníbal Cavaco Silva, com o grau de Grande-

Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada; e, em 2016, por Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da

Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pela morte de Maria de

Sousa, prestando homenagem à mulher de ciência e de cultura e à cidadã exemplar e endereçando aos seus

familiares e amigos as mais sinceras condolências.»

O Sr. Presidente (António Filipe): — Muito obrigado.

Vamos passar à votação.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Segue-se o Projeto de Voto n.º 211/XIV/1.ª (apresentado pelo PAN e subscrito por Deputados do PS) — De

pesar pela morte de Luís Sepúlveda.

Peço à Sr.ª Secretária Maria da Luz Rosinha o favor de ler este voto.

A Sr.ª Secretária (Maria da Luz Rosinha): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do

seguinte teor:

«Luís Sepúlveda faleceu aos 70 anos no passado dia 16 de Abril, no Hospital Universitário Central das

Astúrias, em Oviedo, depois de hospitalizado devido à doença COVID-19. Nascido em Ovalle, no Chile, a 4 de

outubro de 1949, Luís Sepúlveda destacou-se como escritor, realizador, roteirista, jornalista, activista político e

ambientalista.

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