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7 DE MAIO DE 2020

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A estes problemas e a estas desigualdades juntam-se outros problemas que têm a ver com as expectativas

e com todos os cálculos e estratégias que os alunos têm de adotar para fazer face a um sistema de entrada no

ensino superior e de conclusão do ensino secundário que está demasiadamente centrado em exames. Para

estes alunos, as alterações à beira do 3.º período são legitimamente vistas como injustas.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Não estou a perceber!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Este é um ano atípico, mas é precisamente por isso que não podemos

deixar que ninguém fique para trás.

Quando outros países optaram por soluções diferentes, questionamos se insistir em expor as famílias e os

estudantes a exames de acesso ao ensino superior, à saída de uma pandemia que mudou a vida de toda a

gente, é o mais eficaz para garantir a igualdade e se o sistema educativo não teria outras prioridades e outras

soluções neste momento. No entanto, a opção do Governo…

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Termino, Sr.ª Presidente.

A opção do Governo foi a de manter os exames em julho. O que o Governo tem de fazer agora é garantir

que toma todas as medidas necessárias para que ninguém fique para trás, para que ninguém fique prejudicado,

e o ensino superior também terá de fazer a sua parte.

Estamos disponíveis para discutir todas as formas de mitigação das desigualdades, mas uma coisa é certa:

esta pandemia veio, mais uma vez, mostrar…

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Como estava a dizer, esta pandemia veio, mais uma vez, mostrar que o atual modelo de acesso ao ensino

superior não é correto, não é justo e tem de ser alterado.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada não inscrita

Joacine Katar Moreira.

A Sr.ª Joacine Katar Moreira (N insc.): — Sr.ª Presidente, esta é a época de reformar o sistema de ensino;

esta é a época de encontrarmos um sistema de ensino que não esteja tão centrado na avaliação, nos exames,

no cumprimento, independentemente das circunstâncias, daquele currículo predefinido, globalizado e

impessoal.

Esta é a época de tentarmos ensaiar, usando exatamente este estado excecional, um modelo de ensino, um

sistema de avaliação que esteja mais centrado nas necessidades e nas expectativas dos alunos. Isto vai exigir-

nos, também, repensar a obsessão absoluta com a entrada na universidade, como se fosse esse o único

caminho de milhares de indivíduos que fazem o ensino superior.

Esta exigência, hoje, também nos mostra algo a que estamos completamente alheios: a imensa desigualdade

que toda esta situação nos revelou. Há estudantes que estiveram a ver as aulas pelo telemóvel, há estudantes

que não têm computador, há estudantes que, independentemente destas situações, hoje são obrigados a estar

numa suposta igualdade, a concorrer ao ensino universitário quando as condições são completamente

diferentes.

Queria ainda referir que este ensino à distância, com as suas enormes desigualdades e enorme dificuldade,

é também um sinal de que esta é a época da mudança, há muito tempo aguardada, para a melhoria do sistema

de ensino…

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.

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7 DE MAIO DE 2020 25 O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr.
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