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14 DE MAIO DE 2020

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intervenção do Estado os cerca de 5000 milhões de euros que já estão garantidos em empréstimos a empresas?

Não é esta também a intervenção do Estado que critica?

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Incoerente!

O Sr. Hugo Costa (PS): — Sr. Deputado, tipicamente, esta é a incoerência do liberalismo, mas reconheça-

se também que, finalmente, o Parlamento tem alguém que defende o liberalismo, porque estamos habituados

àqueles liberais envergonhados. O Sr. Deputado assume-se como liberal, e muito bem, só que é o típico liberal

que só é liberal até que o Estado precise de intervir. Quando a crise chega, não há capitalismo que salve os

liberais.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para um pedido de esclarecimento, tem agora a palavra a Sr.ª Deputada

Cecília Meireles, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, queria começar por cumprimentar o Sr. Deputado João

Cotrim de Figueiredo.

De facto, os pedidos de esclarecimento que teve são bem exemplificativos daquilo que acontece quando

trazemos preconceitos ideológicos enviesados intelectualmente para a pandemia. Se não fosse trágico, acharia

até divertido ver alguns Srs. Deputados dizerem: «Então agora querem o Estado?». Ou seja, temos uma crise

de saúde pública e o Estado decreta a um pequeno empresário que tem o seu café que não o pode abrir, que

tem de o manter fechado, que não pode abrir portas, que não pode ter clientes, que tem de estar fechado em

casa e, depois, quando chega a hora de compensar essas medidas que foram decretadas, diz: «Então agora o

senhor acha que precisa do Estado? Então agora não é capaz de fazer por si?».

Protestos do Deputado do PS Luís Moreira Testa.

Srs. Deputados, o que aconteceu aqui foi uma pandemia e acho que utilizar isso como argumento ideológico

para discutir maneiras de desenvolvimento e de desenvolvimento económico nem é enviesamento intelectual, é

mesmo tornarmos a política numa caricatura. Acho que merecemos todos um bocadinho mais.

Sr. Deputado, disse que amanhã íamos discutir o plano do Governo, mas nós vamos discutir um não plano,

pois o Governo não apresenta nem programa de estabilidade, nem reforma, nem plano de retoma. Apresenta

uma coisa para cumprir calendário e que não tem lá rigorosamente nada!

Muitos estão à espera da resposta da Europa e a única certeza que alguns de nós podemos ter em relação

à resposta europeia é que vai demorar, vai tardar. Por isso, pergunto ao Sr. Deputado se não devíamos começar

já a trabalhar na retoma económica, em algo que podemos fazer todos e que Portugal pode fazer já sem precisar

da Europa para nada: simplificar, desburocratizar.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Bem-vinda ao Simplex!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Não seria melhor estarmos concentrados nisto ao invés de termos

discussões que não chegam sequer à categoria de ideológicas?

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de

Figueiredo.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr.ª Presidente, agradeço aos Srs. Deputados as questões, até

porque me divertiram bastante e provaram que não ouviram nada do que eu disse.

Quando eu digo que é um mito a ideia de que um liberal não pode defender a intervenção do Estado numa

situação de emergência, é o mesmo do que dizer que um socialista não pode impedir o direito à greve numa

situação de emergência, como os senhores fizeram e como votaram três vezes nesta Câmara. Em situação de

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