O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 60

26

Sr. Deputado, se fizer uma busca em «Roteiro de Neutralidade Carbónica» e se, em vez de a fazer por

«hidrogénio», a fizer por «H2», encontra logo várias referências. Estou a lembrar-me de uma, por exemplo, muito

clara, em que 50% do transporte pesado de mercadorias até 2040 deve ser movido a H2/eletricidade. Encontra

essas referências em vários sítios, desde que faça a busca pelo motor certo.

Sr. Deputado, não tenho a mais pequena dúvida de que o apoio à TAP tem de ter, dentro de si, preocupações

ambientais, e tê-las-á, certamente. Eu quero acreditar que o Sr. Deputado diz bem quando refere que há

condições para podermos, até, vir a antecipar as metas que temos para 2050. Nós sempre dissemos, Sr.

Deputado, que as metas não eram negociáveis, mas que, obviamente, não se fazem projeções a 30 anos. Olhe,

esperemos que daqui a 30 anos não tenhamos nenhuma pandemia como aquela que tivemos, mas, de facto,

estes percursos não são lineares. Não são lineares, e vai haver momentos em que se podem acelerar e

momentos em que não se podem acelerar.

Nós construímos um Roteiro para a Neutralidade Carbónica, baseado exclusivamente nas tecnologias que

existem e naquelas que sabemos que, com uma enorme probabilidade, ficarão maduras dentro de um número

reduzido de anos. Eu quero acreditar que o comportamento das pessoas, cada vez mais consciente, e o

aparecimento de novas tecnologias poderá, até, permitir que essa antecipação se faça, objetivamente, num

percurso de redução anual de 7% — no ano passado, reduzimos 8,5%. E o que é que nós sabemos? Que, para

o conseguirmos, temos de continuar a fazer os investimentos certos, e o projeto de hidrogénio é mesmo um

desses projetos.

À Sr.ª Deputada Mariana Silva repito que, de facto, sinto a relevância que a mobilidade ativa tem aqui, e com

objetivos muito vastos, desde, naturalmente, redesenharmos as cidades em prol também da mobilidade, mas

nunca do automóvel, em prol daquilo que é o bem-estar de cada um de nós, em prol de cidades com menos

ruído, em prol de cidades com melhor qualidade do ar. Dessa forma, todas as ações que pudermos fazer em

conjunto com o poder local, que sabemos bem que o PCP e o PEV tanto respeitam, vamos mesmo conseguir

ter um País onde a vida nas cidades também é mais saudável.

Se me permitem, nos 30 segundos de que disponho antes do encerramento deste debate, quero deixar

expresso o reconhecimento destas políticas, que estão na ordem do dia, o reconhecimento de que há um grande

compromisso, pelo conjunto da Assembleia, com os objetivos que o Governo traçou e que o País aprovou, que

foi, repito, termos sido, orgulhosamente, o primeiro país do mundo a querer ser neutro em carbono em 2050.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Passamos ao encerramento do debate.

Tem, de novo, a palavra o Sr. Ministro do Ambiente e Ação Climática.

O Sr. Ministro do Ambiente e Ação Climática: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A pandemia da

COVID-19 começou por ser uma crise de saúde pública. Tornou-se numa profunda crise económica e social e

revelou fragilidades da nossa sociedade que não podemos ignorar. A emergência ambiental, os desafios das

alterações climáticas e a perda de biodiversidade não desapareceram nestes últimos meses, continuam a ser

urgentes.

A recuperação económica terá, assim, de ser um catalisador de bem-estar social, da competitividade

empresarial e da sustentabilidade ambiental. A nossa convicção é que a transição para uma economia verde e

justa pode ser o motor da recuperação económica. Mas não é apenas a nossa convicção, é também a

mensagem central da Comissão Europeia, que colocou o Pacto Ecológico Europeu no centro da estratégia de

recuperação da Europa.

O plano de recuperação da União Europeia, proposta apresentada na semana passada, prevê um novo

instrumento de recuperação que atingirá os 750 mil milhões de euros. Com que objetivo? O de construir uma

Europa mais sustentável, mais resiliente e equitativa, apostando no avanço de uma economia verde e digital, e

estes são também os nossos objetivos, sinal do forte alinhamento com a agenda europeia.

A nossa estratégia está em linha com as prioridades que a Comissão Europeia identificou. Este é o momento

de transformar a crise em oportunidade e de preparar em Portugal um choque de investimentos públicos

sustentáveis que permitam dinamizar a economia no imediato.

Páginas Relacionadas
Página 0029:
6 DE JUNHO DE 2020 29 Protestos do PS. Sr. Ministro, do
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 60 30 Relativamente àquela que é a política salarial
Pág.Página 30