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9 DE JUNHO DE 2020

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uma forma de diminuir a força de cada um de nós, a força que cada indivíduo tem para mudar a sociedade à

sua volta e para mudar a sociedade como um todo, e é por isso que temos de o combater.

Quanto mais se relativizam os problemas que já hoje se sentem, mais difícil vai ser voltar a esse dinamismo

e a essa energia no futuro. Portanto, não podemos ser complacentes. Esta Câmara tem a responsabilidade de

olhar para a realidade, de não se deixar iludir pelas circunstâncias difíceis da atualidade e de pensar no futuro.

E, nesse futuro, todos temos responsabilidade, a começar por aqueles que têm mais votos nesta Câmara, a

começar pelo Partido Socialista.

O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sr.ª Deputada Isabel Moreira, pensava que

se ia embora logo quando mais vamos precisar de si… Por isso, espero que fique até ao fim.

Meu Caro João Cotrim de Figueiredo, hoje fiquei com uma certeza que já tinha, a de que muito pouco vos

separa, na verdade. É esse discurso fofinho que tem levado os portugueses e as portuguesas a acreditarem,

cada vez mais, que o Chega é a única força política que diz as verdades como elas são para ser ditas. Hoje

ficou claro que há a verdadeira direita e há aquela outra, uma direita que tem medo de ser de direita. Pois nós

não temos e estivemos aqui no 25 de Abril a dizer que é preciso outro, que este já não dá.

O racismo estrutural é um fantasma que não existe em Portugal, é um fantasma que nos querem trazer para

a discussão de temas ou para esconder outros, como foi o caso do Novo Banco ou de vários casos de corrupção

que nas últimas semanas viemos a saber.

Como é que podemos chorar a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, e ignorar por completo um são-

tomense morto aqui mesmo ao lado, no Seixal? Como é que olhamos para os nossos compatriotas e dizemos

«onde é que está o SOS Racismo quando mais precisamos dele»? Está em silêncio, porque, na verdade, não

acredita que isso exista.

Mas hoje foram surpreendidos todos os cânones! Acordámos com uma mega-sondagem da TSF para saber

o seguinte: faz ou não falta um grande plano de combate ao racismo em Portugal? Quase apetecia saltar para

cima da pergunta e dizer «claro que faz», mas 80% dos portugueses disseram que não. «Malandros, racistas!»,

espalhados por todo o País, em cada distrito, a votarem como se não houvesse amanhã, para dizerem que uma

vergonha é continuarmos a acreditar em fantasmas que não existem e a atirá-los à cara dos portugueses apenas

para os fazer crer que subsidiodependência e marginalidade autoimposta pode ser uma solução para Portugal.

Já não é, não vai ser e cedo ou tarde há de acabar!

Mais:…

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Mais, não! Já chega!

O Sr. André Ventura (CH): — … tivemos ontem, como todos vimos, o que tivemos. Ofensas às forças de

segurança, «o diabo veste farda», «polícia bom é polícia morto»… Hoje mesmo, o responsável da SOS Racismo

veio dizer que se o vierem a perseguir criminalmente é discriminação racial e social. Vergonha de País, em que

se incentiva o ódio aos polícias, aos magistrados, àqueles que trabalham na linha da frente e lhes é dito

«Cuidado! Isso é discriminação racial!», a tal fofinha de que eles gostam de falar. Já não vai passar e cedo ou

tarde há de cair!

Quando assistimos à tentativa de ilegalizar o Chega e de o abolir — continuem a tentar! —, uma Deputada

disse ontem «eles e elas, os brancos, é que praticam o verdadeiro racismo, não são os negros e as negras, são

eles e elas!» Nós, os brancos, é que praticamos o racismo, mas, com isso, ninguém se insurgiu. É uma Deputada

de cor, é uma Deputada conhecida pela sua luta antirracista, então, não vale a pena criar ondas, mais vale

virarmos o foco sempre para o mesmo. Foi dito ontem, à vista de todos e de todas, perante a passividade desta

Câmara e desta Casa.

Quando dizemos que há um problema de subsidiodependência na comunidade cigana, quando dizemos que

há casamentos de menores que os tribunais não deviam permitir ou quando dizemos que há raparigas retiradas

da escola, sistematicamente, há 45 anos, somos racistas e extremistas.

Quando o André Ventura diz que…

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