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9 DE JUNHO DE 2020

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com o qual provavelmente também nos vai brindar na sua resposta, matam! E nós não podemos compactuar

com isso!

Não é por o Sr. Deputado vir aqui falar mais alto, por abrir os braços ou por dizer, a quem nos ouve lá fora,

que vem trazer a voz dos portugueses à Assembleia que passa a ter razão. É que a voz dos portugueses, Sr.

Deputado, não compactua com a discriminação, com a intolerância ou com o ódio, seja em razão da cor da pele,

seja em razão das funções que as pessoas possam exercer, seja em razão do que for. Não só não é aceitável

que, numa sociedade do século XXI, se tolere que haja discriminações em função da cor da pele, como também

não tem razão de ser uma resposta de violência ou de intolerância, nomeadamente contra as forças de

autoridade.

Sr. Deputado, já chega, passe a redundância, de Chega! É que, de facto, ao vir aqui fazer um discurso que

não tem em consideração as pessoas que têm morrido às mãos do racismo e da intolerância, o Sr. Deputado

esquece-se de uma coisa: «olho por olho» e o mundo acabará cego!

A violência não se combate com violência nem com intolerância, combate-se com estratégias e com

propostas que não o vimos ainda trazer a esta Assembleia da República.

Por isso, a pergunta que lhe deixo, Sr. Deputado, porque aponta o dedo a toda esta Casa da democracia,

que não se faz de intolerância, mas, sim, de respeito, é esta: que respostas é que o senhor tem para oferecer?

Ainda não o ouvimos falar sobre isso e gostaríamos que, de uma vez por todas, trouxesse respostas sérias, por

exemplo, de combate ao racismo, de combate à intolerância que persiste na nossa sociedade. Quanto a isto,

Sr. Deputado, ainda não ouvimos nada, continuamos à espera e, muito provavelmente, não terá nada para

oferecer. A única coisa que tem para oferecer são discursos fáceis, discursos que agarram o populismo, ao

invés de uma resposta séria para um problema muito sério, porque, e termino como comecei, Sr. Deputado, o

racismo mata!

Aplausos de Deputados do PS e do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Catarina Marcelino, do

Grupo Parlamentar do PS.

A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, ouvimos com atenção o Sr.

Deputado André Ventura, no seu estilo de gritos, de empolgação, mas o seu estilo é, sobretudo, radical e o seu

discurso é, sobretudo, extremista.

Portanto, é lamentável que, neste Parlamento — que defende a igualdade, porque é um princípio

constitucional, e que defende o bem comum —, o Sr. Deputado venha propagar e falar de ódio e dizer que há

portugueses de primeira e de segunda.

Sabe, Sr. Deputado, o combate ao racismo é um combate de todos, é um combate pelos direitos humanos.

E sim, Sr. Deputado, nós somos contra a morte de todas as pessoas que perdem a vida numa situação de crime,

numa situação de desigualdade, que são vítimas de violência. Nós somos contra todas essas mortes, não somos

como o senhor, que só é contra as mortes de alguns. Isto é profundamente lamentável numa sociedade

democrática! O que acho, Sr. Deputado, é que nunca o afirma, mas o Sr. Deputado tem problemas com o

sistema democrático. O Sr. Deputado fala de uma 4.ª República, como já o ouvi falar, e gostava que, um dia,

explicasse aqui o que quer dizer com isso,…

Aplausos do PS.

… porque aquilo que o senhor quer é um País que exclui e o que todos nós queremos é um País que inclui.

Portanto, Sr. Deputado, assuma a sua posição.

Quanto aos cartazes contra a polícia, Sr. Deputado, ninguém concorda com aqueles cartazes, mas uma

árvore não faz a floresta e, por isso, não queira desvirtuar uma manifestação que teve tantos portugueses e

portuguesas, como o senhor diz, porque as pessoas que lá estavam eram portugueses e portuguesas, a lutar

por uma causa maior, a lutar pela causa daqueles que sentem a discriminação, todos os dias, na sua pele, na

sua vida.

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