O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 65

4

O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, vamos dar

início à nossa reunião plenária.

Eram 10 horas e 4 minutos.

A nossa agenda de hoje é preenchida, no primeiro ponto, com o debate da Interpelação ao Governo n.º

4/XIV/1.ª (PCP) — Centrada na proteção, nos direitos e nos salários dos trabalhadores no atual contexto

económico e social. Aproveito também para cumprimentar os Membros do Governo que acabaram de chegar.

Muito bom dia, Sr.ª Ministra e Srs. Secretários de Estado.

Vamos, então, iniciar o debate, que será aberto pela Sr.ª Deputada Diana Ferreira, do Grupo Parlamentar do

PCP.

Há muito ruído na Sala. Peço aos Srs. Deputados que se encontram de pé para tomarem os seus lugares. A

Sr.ª Deputada Diana Ferreira irá iniciar a sua intervenção assim que houver condições de silêncio.

Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Mais de 100 000

desempregados registados desde 1 de março, uma média de 1606 novas inscrições por dia por situação de

desemprego no mês de junho.

Em oito dias do mês de junho os despedimentos coletivos abrangiam já 617 trabalhadores, mais do que em

todo o mês de maio.

Mais de 800 000 trabalhadores em layoff.

A Lauak, que teve 4 milhões de euros lucro, despediu mais de 250 trabalhadores.

A Preh acumulou 25 milhões de euros de lucro nos últimos 3 anos e despediu 500 trabalhadores com vínculos

precários de empresas de trabalho temporário.

A Hutchinson, cujo grupo obteve mais de 3800 milhões de euros de lucro, despediu mais de 500

trabalhadores com vínculos precários, na sua maioria jovens.

A Super Bock distribuiu 50 milhões de euros em dividendos em junho do ano passado e em junho deste ano

anuncia o despedimento de 10% dos seus trabalhadores.

O El Corte Inglês teve lucros acumulados de 16 mil milhões de euros entre 2012 e 2019 e tem 1500

trabalhadores em layoff.

A Sumol/Compal, com 40 milhões de euros de lucro entre 2014 e 2017, tem 500 trabalhadores em layoff.

A FNAC, com 114 milhões de euros de lucro, tem 1600 trabalhadores em layoff.

A Bosch, com 3500 trabalhadores em layoff; teve mais de 94 milhões de euros de lucros acumulados entre

2016 e 2018.

Continental Mabor, com 1500 trabalhadores em layoff, teve mais de 694 milhões de euros de lucros

acumulados entre 2016 e 2018 e queria agora cortar mais de 38% nos salários dos 675 trabalhadores que fazem

os turnos de fim de semana, mas a luta dos trabalhadores travou essa pretensão do patronato.

O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Na Douro Azul, com 500 trabalhadores em layoff, o seu proprietário, dias

depois, entrega mais de 10 milhões de euros para comprar parte da Media Capital.

Os 90% de postos de trabalho destruídos, entre março e abril, eram de mulheres e 38% eram de jovens até

aos 24 anos.

A isso junta-se a notícia recente do risco de destruição de mais de 20 postos de trabalho da lavandaria do

SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), no Fundão, uma empresa de capitais públicos que encerra

e manda para o desemprego mais de 20 trabalhadores, no contexto em que estamos e numa zona do interior

do País com dificuldades acrescidas de acesso ao emprego.

É a estas e a tantas outras realidades que nos referimos quando falamos dos despedimentos, dos salários

cortados e da perda de outras remunerações dos trabalhadores, como o subsídio de refeição, a que se junta a

imposição de férias, a limitação ou impedimento no acompanhamento a filho, a alteração unilateral de horários

e uma maior desregulação dos horários de trabalho, o incumprimento de normas de higiene, saúde e segurança