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I SÉRIE — NÚMERO 66

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elas tão diferentes, a quem por vezes faltaram as horas de sono para exercer estas novas profissões: o trabalho

em teletrabalho, a parentalidade a tempo inteiro e o apoio ao ensino à distância dos seus filhos. Estes pais e

estas mães são, também eles, professores, médicos, enfermeiros, polícias, trabalhadores de lares, advogados,

precários, desempregados, muitos forçados a gerir o teletrabalho com o apoio aos filhos em casa, 24 horas por

dia, outros, muitos, forçados a gerir o acompanhamento de vários filhos em várias etapas do percurso escolar,

com a preocupação da perda dos salários e dos postos de trabalho ou, simplesmente, com a incerteza face ao

desconhecido.

Aos pais e às mães, que têm uma vida, mas que, durante todo este tempo, a têm vivido também em função

dos seus filhos, devemos um agradecimento, certos de que não teríamos sido capazes de dar a resposta que

temos dado sem o seu sacrifício.

Aplausos do PS.

A melhor forma de agradecer aos pais é garantindo-lhes que tudo será feito para que o próximo ano letivo

decorra na maior proximidade daquilo que conhecemos como normal, num modelo que terá, forçosamente, de

ser adaptado aos tempos de incerteza que se avizinham.

Nada substitui o professor e a sala de aula e não alinhamos, certamente, em visões utópicas do ensino à

distância, que é uma ferramenta útil, mas não substitui a integridade da relação educativa, que é a interação, a

emoção e a experiência humana de proximidade.

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Muito bem!

O Sr. Tiago Estevão Martins (PS): — É, por isso, hora de ambicionarmos ir mais longe, com o que todos

temos aprendido nos últimos meses, e repensarmos a escola à luz do que estes tempos nos trouxeram.

O modelo de ensino que temos encontrado em tempo de emergência não é uma verdadeira opção e tem

falhas assumidas: as desigualdades agravaram-se e as dificuldades percebem-se a olho nu. É por isso que não

podemos olhar para o próximo ano letivo como se nada se tivesse passado e temos de ter presente a

preocupação fundamental de não deixar ninguém para trás e de apostar na recuperação de aprendizagens.

É por isso que a posição do Grupo Parlamentar do Partido Socialista é a de que tem de ser dada particular

atenção aos que mais precisam e sobre os quais caiu o maior impacto do distanciamento: os alunos mais novos,

e por isso menos autónomos, mas também os grupos em risco de exclusão social.

O Governo, como tem feito regularmente sobre a resposta à pandemia, auscultará dirigentes escolares, pais,

encarregados de educação e sindicatos sobre os planos para o próximo ano letivo, sabendo nós que, face ao

desconhecido, teremos sempre de preparar diferentes cenários e planos de contingência para diferentes

hipóteses de evolução da pandemia.

Temos de dar prioridade à segurança, respeitando as orientações das entidades de saúde, mas também

temos de estar preparados para adaptar a resposta da escola pública a essas circunstâncias.

Se o País e o Governo reagiram, em março, com prontidão à nova situação das escolas, saberão também,

de agora até setembro, lançar um ano letivo que não deixe ninguém para trás, apresentando e discutindo planos

concretos com os parceiros educativos para definir um rumo.

Não se pode querer antecipar o que será o mundo daqui a três meses, mas temos de estar preparados e

persistir na ideia fundamental de que todos têm o mesmo direito à educação e ao sucesso.

Aplausos do PS.

Sr.as e Srs. Deputados, é nossa convicção que não se enfrenta o caos com ansiedade mas, sim, com

estabilidade. A estabilidade que nos permite ter conquistado a confiança para que possamos ambicionar o

regresso às aulas, para todos, no próximo ano letivo.

Mas uma coisa é também certa: quem julga ter certezas nesta fase só pode ter precipitações e, por isso,

impõe-se prudência.

O Sr. PorfírioSilva (PS): — Muito bem!

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