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27 DE JUNHO DE 2020

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Aplausos do PCP.

O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — E basta de PCP!

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para encerrar este debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, no encerramento deste debate, creio que há algumas coisas que

ficam bastante claras e que não podemos deixar de fazer notar.

A direita continua a não compreender qual é o debate que está em cima da mesa, quando trazemos as

questões sobre a TAP para o Parlamento.

Por um lado, o PSD e o Sr. Deputado Cristóvão Norte vociferam que o povo português foi enganado, mas

esquecem-se de que não podem passar entre os pingos da chuva, devido à responsabilidade do PSD na

privatização que fizeram em 2015.

Como eu disse na intervenção inicial, o Bloco de Esquerda criticou o processo de suposta renacionalização

que foi feita em 2016. Nós nunca enganámos ninguém,…

O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Nós é que não enganámos ninguém, de certeza!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — … mas o PSD e o CDS, quando fizeram a privatização, à última hora, de forma

muito lesiva para o Estado, não se coibiram de enganar o povo português relativamente ao que fizeram.

O CDS voltou, outra vez, a fazer o discurso de Neeleman — já estamos habituados — e falou de paz social

na TAP. Sr. Deputado, creio que devia corar de vergonha, se algum trabalhador estiver a ouvir aquilo que disse!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso é coisa que ele não tem!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — De facto, já estamos habituados a estas intervenções do CDS, mas é bastante

falta de vergonha vir dizer que existe paz social na TAP e na Groundforce, especialmente com as gestões

privadas que lá estão. Mas, bom, é o habitual!…

A Iniciativa Liberal fala-nos de obsessões emocionais. Sr. Deputado, não percebeu nada do debate que está

em cima da mesa. Não estamos a falar de emoção nem de obsessões emocionais com o que quer que seja,

estamos a falar de um setor estratégico para a economia. O Sr. Deputado acha que, sem uma TAP pública ou

sem uma TAP com uma definição estratégica, a economia portuguesa tem maneira de sobreviver? A TAP

representa 2% no PIB (produto interno bruto) da economia, Sr. Deputado! Portanto, é preciso olhar para esta

empresa tal como ela é: um setor estratégico para a economia e para os portugueses.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ele quer lá saber!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Para terminar, o que fica deste debate é a seguinte pergunta: quem é que quer

o quê da TAP? Da nossa parte, ficou muito claro o que queremos. Queremos uma TAP nacionalizada, porque

é a única forma de dar garantias de que o erário público é bem gasto, é a única forma de garantir que existe um

plano estratégico para a economia, é a única forma de garantir que há coesão territorial na forma como a TAP

divide as suas rotas.

Sabemos que a gestão privada, até este momento, não conseguiu garantir nada disto e, por isso, é preciso

tomar decisões de uma vez por todas. Apelo, agora, aos Srs. Deputados do Partido Socialista para que tomem

essa responsabilidade. O Governo tem de tomar essa responsabilidade, de uma vez por todas! Não podemos

ficar reféns da chantagem que está, neste momento, a ser feita pelos administradores privados. É preciso tomar

uma decisão rapidamente, e só pode ser a da nacionalização e a do controlo público da TAP e da Groundforce.

Aplausos do BE.

Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Edite Estrela.

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27 DE JUNHO DE 2020 57 Aplausos do CDS-PP. O Sr.
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