O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 70

4

qualquer coisa como 40 por dia — e com mais crimes cometidos por gente mais jovem, com especial destaque

para algum tipo de crimes, como, por exemplo, roubos na via pública, com um aumento muito próximo dos 12%,

grande parte deles com recurso a uma arma, designadamente com recurso a arma branca.

Esta matéria, e este aumento da criminalidade, que é um dos fundamentos para que façamos esta proposta

agora, tem de ser, em alguma medida, conjugada com um outro facto. É que temos visto também, inclusivamente

da parte de movimentações com cariz político, um certo apelo à desobediência, um apelo ao desrespeito pelas

forças de segurança, quando não mesmo um apelo ao ódio às forças de segurança.

Vimos isso, recentemente, em manifestações — que não tinham, obviamente, nada que ver com essa matéria

— onde algumas pessoas procuraram desvirtuar as ditas manifestações, utilizando cartazes de ódio contra as

forças de segurança. Se conjugarmos o facto de as forças de segurança estarem cada vez mais expostas a

agressões com este apelo e desrespeito pelas forças de segurança, a questão torna-se, e é, obviamente,

particularmente grave.

Por último — e é o terceiro argumento para que esta matéria seja relevante e importante agora —, além do

número de agressões e do aumento da gravidade das agressões, além do apelo à desobediência, há uma

terceira razão para este tema: estamos, neste momento, a pedir às forças de segurança o que nunca lhes

pedimos antes.

Fruto da pandemia e das regras impostas pela própria pandemia, a necessidade de intervenção das forças

de segurança é muito maior. Percebemos isso diariamente, através da comunicação social, com inúmeros

exemplos de dispersão de festas ilegais, intervenção junto de estabelecimentos que deviam estar encerrados e

estão abertos, dispersão de ajuntamentos, etc. etc. etc. Estas regras são, obviamente, diferentes, consoante a

situação de desconfinamento das várias partes do País, como é o caso da proibição de ajuntamentos de mais

de 10 pessoas na Área Metropolitana de Lisboa ou de mais de 20 pessoas no resto do País.

Ou seja, aquilo que, em democracia, não é sequer normal que seja pedido às forças de segurança — como

é o caso da dispersão de ajuntamentos de mais de 10 pessoas —, está, neste momento a ser pedido. Portanto,

é necessário que esta ideia da autoridade das forças de segurança, a ideia de que elas têm de ser respeitadas

quando vão exercer o seu dever e quando vão intervir nessas situações, seja absolutamente clara e

absolutamente inequívoca.

É por isso que propomos não só a autonomização do crime de ofensa, de difamação, de insulto ou de ofensa

corporal, designadamente de ofensa corporal grave, contra as forças de segurança, mas propomos também

medidas para que esta ideia de respeito pela ordem e pela autoridade seja implementada e seja mais clara na

sociedade portuguesa.

É evidente que as propostas que aqui fazemos são uma resposta legislativa, mas temos a noção de que não

são a resposta legislativa global. Falta muita coisa. E a primeira coisa que falta é haver efetivos e meios para as

forças de segurança. Mas essas questões não se resolvem agora, através do nosso agendamento potestativo.

Essas questões resolver-se-ão, ou não, através dos Orçamentos do Estado, sendo que, nos últimos, ficámos

sempre aquém do necessário.

Há também — o RASI também o diz — menos polícias. O saldo nas forças de segurança, que tem o menor

número de efetivos de há muitos anos a esta parte, volta, este ano, a ser negativo: entraram cerca de 400 e

saíram 1284 elementos. Portanto, temos, praticamente, menos 900 elementos nas forças de segurança.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Bem lembrado!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Faltam meios, faltam veículos, falta equipamento, o subsídio de risco,

que esta Câmara chegou a aprovar como recomendação ao Governo, nunca foi implementado nem posto em

prática. Tudo isso é, obviamente, importante, tudo isso é necessário, como também os próprios dizem.

A resposta tem de ser global e passa por melhor formação, passa por melhor organização, passa por reforço

de meios no Orçamento do Estado e passa também — e esta é uma proposta que dá voz àquilo que defendem

os representantes das forças de segurança — por um sinal político e legislativo de apoio, tendo em conta a

gravidade do que é ofender ou não respeitar as forças de segurança.

Essa resposta, obviamente, tem de ser democrática, uma resposta de toda a sociedade, de civilidade, de

urbanismo, que impeça e trave, inclusivamente, radicalismos, porque, para quem se queixa muito de

Páginas Relacionadas
Página 0003:
3 DE JULHO DE 2020 3 O Sr. Presidente: — Boa tarde, Sr.as e Srs. Depu
Pág.Página 3
Página 0005:
3 DE JULHO DE 2020 5 radicalismos e de ações radicais em certos setor
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 70 6 43/2006, de 25 de agosto, relativa ao acompanha
Pág.Página 6
Página 0007:
3 DE JULHO DE 2020 7 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente,
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 70 8 Ora, a Sr.ª Deputada sabe tão bem como eu o que
Pág.Página 8
Página 0009:
3 DE JULHO DE 2020 9 De todo o modo, como se a sofreguidão punitiva d
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 70 10 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Tivemos
Pág.Página 10
Página 0011:
3 DE JULHO DE 2020 11 Aplausos do PSD. A Sr.ª Isabel Al
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 70 12 penal maior ainda, como um sinal claro de apoi
Pág.Página 12
Página 0013:
3 DE JULHO DE 2020 13 O Sr. António Filipe (PCP): — De outra forma nã
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 70 14 Governo, criando até uma comissão especializad
Pág.Página 14
Página 0015:
3 DE JULHO DE 2020 15 A Sr.ª Cláudia Santos (PS): — Os populistas ali
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 70 16 Os números continuaram a diminuir no pr
Pág.Página 16
Página 0017:
3 DE JULHO DE 2020 17 é que as promessas continuam a ser feitas e a r
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 70 18 Queria também sublinhar o seguinte: em março,
Pág.Página 18
Página 0019:
3 DE JULHO DE 2020 19 A primeira mensagem é de descredibilização do E
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 70 20 A Sr.ª Cláudia Santos (PS): — De qualquer mane
Pág.Página 20
Página 0021:
3 DE JULHO DE 2020 21 conduta, que muitas vezes, aliás, quando age, n
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 70 22 O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente,
Pág.Página 22
Página 0023:
3 DE JULHO DE 2020 23 relativamente à função que exercem?! No caso de
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 70 24 Aplausos do PS. Dados do E
Pág.Página 24
Página 0025:
3 DE JULHO DE 2020 25 O Sr. António Filipe (PCP): — … e se evitam que
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 70 26 manifestamente disponível é para promover alte
Pág.Página 26
Página 0027:
3 DE JULHO DE 2020 27 às novas obrigações que têm vindo a ser imposta
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 70 28 que estão na Lei de Programação de Infraestrut
Pág.Página 28
Página 0029:
3 DE JULHO DE 2020 29 A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Par
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 70 30 Protestos do Deputado do CDS-PP João Pi
Pág.Página 30
Página 0031:
3 DE JULHO DE 2020 31 A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — O que o CDS propõe
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 70 32 A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Te
Pág.Página 32
Página 0033:
3 DE JULHO DE 2020 33 ou a coordenação entre forças no terreno e que
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 70 34 O Sr. Francisco Pereira Oliveira (PS):
Pág.Página 34
Página 0035:
3 DE JULHO DE 2020 35 A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peç
Pág.Página 35