O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 70

8

Ora, a Sr.ª Deputada sabe tão bem como eu o que o Governo fez. Primeiro, não fez nada — era pedagogia,

era conversa, no pressuposto de que as pessoas iam ficar confinadas para sempre. Depois, fez um quadro

contraordenacional para as multas nos transportes públicos, para a ausência de máscara, etc., e só agora,

quando o problema está como está, é que veio anunciar um quadro contraordenacional. Então, por que não vem

o Governo ao Parlamento apresentar uma solução penal?!

Admito que o Bloco de Esquerda possa não ter especial apreço pelas forças de segurança. De resto, não é

por acaso o seguinte: foi em manifestações em que o Bloco de Esquerda foi grande interveniente que

aconteceram os casos dos cartazes em que se lia: «Polícia bom é polícia morto». Não será por acaso.

Os senhores podem não gostar, mas permitam-nos ter opinião contrária. Achamos que as forças de

segurança — não sou eu que o digo, Sr.ª Deputada, são os próprios — sentem falta de apoio e pedem-no.

Protestos da Deputada do PS Isabel Alves Moreira.

Sr.ª Deputada Isabel Moreira, quando quiser, junte-se ao Bloco de Esquerda. Fará melhor assim, em vez de

estar sempre a interromper e a defender a honra do Bloco de Esquerda. Ele não precisa.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Agora, sim, é o Sr. Deputado André Silva, do PAN, que tem a palavra, para pedir

esclarecimentos ao Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Telmo Correia, hoje, o

CDS traz à discussão o tema «autoridade do Estado e segurança dos cidadãos», apresentando três iniciativas

legislativas: uma para autonomizar e agravar a moldura penal dos crimes praticados contra agentes das forças

de segurança; outra para enquadrar na lei penal o crime de ofensa à integridade física e à honra dos agentes

das forças e serviços de segurança; e ainda uma outra no sentido de endurecer o quadro sancionatório da

violação das obrigações decorrentes do estado de emergência ou de calamidade.

São temas diferentes que não deixam de ter a crise sanitária como pano de fundo e que mostram um regresso

a um CDS em versão musculada, que acredita que o endurecimento das penas é a solução mágica para todos

os problemas do sistema penal português.

Todos sabemos que aquilo que impulsionou estes projetos foi, precisamente, um cartaz vergonhoso, numa

manifestação antirracista, que foi um aspeto isolado desta importante ação cívica e que foi empolado por certos

setores com o intuito de menosprezar o essencial das justas reivindicações ali colocadas.

A posição do PAN quanto a esta matéria é bem clara e assenta numa solução de equilíbrio, de onde,

infelizmente, o CDS decidiu sair, durante esta Legislatura. Para nós, a violência, sob todas as suas formas, tem

de ser combatida e condenada, não deve ser alimentada. A verdade é que existe violência dos dois lados e

existem mudanças que temos de empreender, de forma ponderada e sem andar à boleia do ruído mediático.

Mas por que é que o CDS, em vez de partir logo para a solução mágica do aumento de penas e da criação

de novos tipos de crime, não procurou, por exemplo, assegurar que o Relatório Anual de Segurança Interna

passasse a identificar de forma autonomizada os crimes contra as forças e os serviços de segurança? O Sr.

Deputado falou, do alto da tribuna, do RASI, que nada refere quanto a crimes contra as forças de segurança,

precisamente o objeto deste agendamento do CDS.

O CDS quer autonomizar os crimes de agressão e de violência contra as forças de segurança e quer

convencer-nos a acompanhá-los, mas quantos crimes contra agentes da segurança existem? Por que é que o

CDS não promove a introdução destes dados no Relatório Anual de Segurança Interna e, depois, perante um

problema consumado, resolvemos, ou não, atuar, da perspetiva da legislação?

Mas há mais: o CDS deveria saber que, segundo as associações representativas das forças de segurança

que aqui citou, uma das causas que justifica os recentes crimes de violência contra agentes de autoridade é o

facto de estes agentes serem vistos como um alvo fácil, o que se deve à falta de equipamento adequado ou à

forma de policiamento nas zonas urbanas sensíveis. Sr. Deputado, não seria preferível estarmos a discutir,

durante 146 minutos, estas medidas que, sim, preveniriam este tipo de problemas de forma mais eficaz?

Páginas Relacionadas
Página 0003:
3 DE JULHO DE 2020 3 O Sr. Presidente: — Boa tarde, Sr.as e Srs. Depu
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 70 4 qualquer coisa como 40 por dia — e com mais cri
Pág.Página 4
Página 0005:
3 DE JULHO DE 2020 5 radicalismos e de ações radicais em certos setor
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 70 6 43/2006, de 25 de agosto, relativa ao acompanha
Pág.Página 6
Página 0007:
3 DE JULHO DE 2020 7 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente,
Pág.Página 7
Página 0009:
3 DE JULHO DE 2020 9 De todo o modo, como se a sofreguidão punitiva d
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 70 10 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Tivemos
Pág.Página 10
Página 0011:
3 DE JULHO DE 2020 11 Aplausos do PSD. A Sr.ª Isabel Al
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 70 12 penal maior ainda, como um sinal claro de apoi
Pág.Página 12
Página 0013:
3 DE JULHO DE 2020 13 O Sr. António Filipe (PCP): — De outra forma nã
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 70 14 Governo, criando até uma comissão especializad
Pág.Página 14
Página 0015:
3 DE JULHO DE 2020 15 A Sr.ª Cláudia Santos (PS): — Os populistas ali
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 70 16 Os números continuaram a diminuir no pr
Pág.Página 16
Página 0017:
3 DE JULHO DE 2020 17 é que as promessas continuam a ser feitas e a r
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 70 18 Queria também sublinhar o seguinte: em março,
Pág.Página 18
Página 0019:
3 DE JULHO DE 2020 19 A primeira mensagem é de descredibilização do E
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 70 20 A Sr.ª Cláudia Santos (PS): — De qualquer mane
Pág.Página 20
Página 0021:
3 DE JULHO DE 2020 21 conduta, que muitas vezes, aliás, quando age, n
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 70 22 O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente,
Pág.Página 22
Página 0023:
3 DE JULHO DE 2020 23 relativamente à função que exercem?! No caso de
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 70 24 Aplausos do PS. Dados do E
Pág.Página 24
Página 0025:
3 DE JULHO DE 2020 25 O Sr. António Filipe (PCP): — … e se evitam que
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 70 26 manifestamente disponível é para promover alte
Pág.Página 26
Página 0027:
3 DE JULHO DE 2020 27 às novas obrigações que têm vindo a ser imposta
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 70 28 que estão na Lei de Programação de Infraestrut
Pág.Página 28
Página 0029:
3 DE JULHO DE 2020 29 A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Par
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 70 30 Protestos do Deputado do CDS-PP João Pi
Pág.Página 30
Página 0031:
3 DE JULHO DE 2020 31 A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — O que o CDS propõe
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 70 32 A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Te
Pág.Página 32
Página 0033:
3 DE JULHO DE 2020 33 ou a coordenação entre forças no terreno e que
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 70 34 O Sr. Francisco Pereira Oliveira (PS):
Pág.Página 34
Página 0035:
3 DE JULHO DE 2020 35 A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peç
Pág.Página 35