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I SÉRIE — NÚMERO 73

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Por outro lado, lembrámos que ficou demonstrado quanto é frágil um crescimento económico baseado

essencialmente no turismo e sobre outros fatores que o País não controla, como o baixo preço dos combustíveis

fósseis, descurando a produção de bens diversificados, não só a nível alimentar, mas também bens de saúde,

como se viu em relação ao material para a proteção individual, como as simples máscaras.

Lembrámos o comércio local, de bairro, que nos últimos anos sofreu com a abertura de grandes espaços

comerciais, com os aumentos de rendas para preços exorbitantes, com os despejos, com uma morte anunciada

e que, agora, foi determinante para o abastecimento alimentar às populações confinadas às suas residências e

aos seus bairros, prestando um serviço de proximidade que tem sido, agora, reconhecido pela generalidade das

pessoas.

Para Os Verdes, os dramas ainda só agora se começam a fazer sentir, com muitas micro, pequenas e médias

empresas a encerrar e muitas pessoas a perderem o seu trabalho, outras vítimas de layoff, com o seu

rendimento mensal substancialmente reduzido, ao passo que as contas continuam a manter-se.

Por isso, o PEV assentou a sua intervenção num conjunto de propostas que materializam a resposta a

necessidades urgentes do País. É necessário: combater os crescentes níveis de pobreza, garantindo rendimento

a todas as famílias, promovendo a recuperação urgente de postos de trabalho, apoiando as micro, pequenas e

médias empresas; combater os paraísos fiscais e impedir a distribuição de dividendos escandalosos nas

grandes empresas e grupos económicos em tempo de crise; defender o aumento do salário mínimo nacional e

a valorização salarial em geral, para que o poder de compra não se perca e dessa forma se possa incentivar a

economia; tal como defender a diminuição dos horários laborais semanais, de modo a permitir a compatibilização

entre o trabalho e a vida familiar.

Os apoios à produção local e nacional, nomeadamente ao nível da agricultura familiar de pequena escala e

biológica, necessitam de ser reforçados, para que sejam incentivados os circuitos curtos de produção, se

diminua a pegada no nosso prato e se promova a economia local.

Também não podemos esquecer o reforço dos apoios ao nível de setores industriais com tradição, como é o

exemplo da indústria têxtil e do calçado, reconhecido no mercado europeu, no quadro do incentivo ao

estabelecimento de tecido empresarial no interior do País, apoiando a diversificação e a descentralização das

atividades económicas.

Ao mesmo tempo que o susto vai passando, o medo vai sendo dominado e a normalidade se vai instalando,

percebemos, infelizmente, que pouco se aprendeu com a epidemia, com as dificuldades sentidas, e que o pouco

que se fez até ao dia de hoje não irá resolver nem uma parte da crise que muitas famílias já estão a viver se não

se tomarem opções políticas diferentes.

Aplausos de Deputados do PCP.

O Sr. Presidente: ⎯ Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, do Grupo

Parlamentar do CDS-PP.

A Sr.ª CecíliaMeireles (CDS-PP): ⎯ Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PCP trouxe-nos um debate

intitulado «A política alternativa e a resposta às necessidades do povo português: soberania alimentar, produção

e emprego», mas confesso que, da introdução que aqui ouvi, acho que este debate, na realidade, se deveria

intitular «Modelo de economia e modelo de sociedade comunistas». Foi isso que aqui nos trouxeram e foi isso

que expuseram, sendo a pandemia uma desculpa como outra qualquer para levar a cabo este modelo de

sociedade que, aliás, coerentemente defendem. Mas acho que se é isso que queremos discutir, então, mais

vale intitular o debate assim mesmo e vamos discuti-lo.

Para princípio de conversa, gostava de saber, já agora, se podiam começar por apresentar algum exemplo

de sucesso, algum caso no mundo em que, algum dia, uma sociedade assim, uma sociedade com uma

economia comunista, uma sociedade comunista, se traduziu em mais prosperidade, em mais bem-estar e em

mais rendimento para os trabalhadores. Gostava de saber se têm esses exemplos concretos para dar, para

discutirmos aqui a realidade e não apenas a ficção.

Em segundo lugar, julgo que também seria relevante…

Protestos do PCP.

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