I SÉRIE — NÚMERO 75
6
Registo. Estamos a falar da simplificação de prazos e procedimentos de registo e da introdução de
especificidades nas hipotecas.
Sr.as e Srs. Deputados, o PSD está, e sempre esteve, do lado do Registo Internacional de Navios da Madeira.
Para o PSD, a revisão do regime jurídico é fundamental para aumentar o crescimento e a competitividade do
MAR.
Esperamos contar com o apoio da larga maioria das Sr.as e dos Srs. Deputados, numa matéria que é muito
importante para a Madeira, mas que também é muito importante para Portugal.
O sucesso do nosso Registo, o sucesso da Madeira, é também, Sr.as e Srs. Deputados, o sucesso de
Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para apresentar a iniciativa do PS, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O diploma hoje em discussão sobre a
alteração do Registo Internacional de Navios da Madeira promove uma alteração ao regime de hipotecas, por
um lado, e uma substituição dos diários de bordo em papel por diários eletrónicos, por outro, e cria um comité
técnico marítimo para o Mar.
Mas queria dizer que este debate que hoje estamos a ter não é apenas sobre a alteração do decreto-lei de
1989 que criou este registo internacional, é também sobre a capacidade e a vontade do País, do Estado e da
Assembleia da República de criar condições para promover regiões que estão afastadas dos centros de decisão,
para promover o desenvolvimento de regiões que estão a meio do Atlântico, que estão confrontadas com
obstáculos estruturais e que precisam de mecanismos desta natureza para criar riqueza e emprego.
Queria ainda dizer que este debate também não é apenas sobre a alteração do regime de hipotecas dos
navios, de forma a tornar este regime mais competitivo e ao nível dos melhores regimes europeus, como os do
Reino Unido, da Holanda, da Grécia e mesmo de Chipre. Esta é também uma discussão sobre o caminho que
deve ser trilhado para promover a diversificação da economia numa região pequena, que tem um mercado
minúsculo, que não tem economias de escala, que é pouco resiliente a variáveis exógenas — como estamos a
ver hoje com a crise pandémica que vivemos —, e que tem enormes dificuldades em gerar riqueza.
Queria também dizer que esta discussão não é apenas sobre a necessidade de substituir os diários de bordo
em papel por diários eletrónicos e mostrar, assim, a capacidade do País para dar passos concretos na
digitalização da economia. Esta discussão é também sobre uma história de sucesso, história essa que começou
em 1989 e que hoje colocou este Registo-MAR português no top dos melhores registos europeus e com mais
navios registados.
Diria que esta história de sucesso o é por causa da boa articulação que foi conseguida entre as autoridades
regionais e as autoridades nacionais, surgindo, a partir daqui, uma nova geração de gente mais qualificada e
capaz de trabalhar em ambiente internacional.
Finalmente, queria dizer que este também não é apenas um debate sobre a criação de um comité técnico
marítimo que ajuda a Administração Pública nacional a dar resposta às diferentes solicitações que estes 600
navios exigem e a fiscalizar a atividade destes 600 navios. Este é também um debate sobre o País, sobre o
futuro do País e sobre a necessidade de aproveitar casos concretos desta natureza para consolidar um cluster
do mar, para garantir que a economia do mar passa a ser, de facto, uma realidade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo Vicente, do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda.
O Sr. Ricardo Vicente (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD e o Partido Socialista trazem
hoje ao debate dois projetos de lei a respeito do Registo Internacional de Navios da Madeira.