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I SÉRIE — NÚMERO 78

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níveis. Este é tão urgente, por exemplo, para fazer das novas possibilidades de trabalho remoto um fator

favorável à conciliação de vida privada, vida familiar e vida profissional e não um novo risco para os direitos dos

trabalhadores.

Aplausos do PS.

No que toca à responsabilidade de garantirmos a estabilidade política necessária à vastidão da tarefa, usarei

uma expressão de um conhecido sociólogo português: agir contra o desperdício da experiência. Um plano de

recuperação não começa do zero e, tal como não faria sentido que o plano de recuperação fizesse tábua rasa

das realizações destes últimos anos, seria insensato desperdiçar a experiência de cooperação estruturada

acumulada pela maioria parlamentar das esquerdas.

Fizemos uma aprendizagem conjunta, sem ignorar as nossas diferenças, mas fazendo o trabalho de resolver

os problemas. Contra o desperdício da experiência, devemos mobilizá-la para fazer o que falta fazer, num rumo

claro. Melhor economia e uma sociedade decente têm de ir a par. É que a desigualdade e a pobreza, além de

fazerem mal à nossa humanidade, também fazem mal à economia.

O País e aqueles que representamos não compreenderiam que, nesta encruzilhada, deixássemos a meio o

caminho que falta fazer. No PS, estamos aqui para assumir e para continuar a partilhar a responsabilidade desse

caminho, contra o desperdício da experiência.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do PSD. Tem a palavra, Sr. Deputado Ricardo Baptista

Leite.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O sentimento de medo

instalou-se no dia a dia dos portugueses.

Por causa da COVID-19, ouvimos pais dizerem que têm medo de enviar os seus filhos para a escola. Por

causa da COVID-19, ouvimos filhos dizerem que têm medo de deixar os seus pais nos lares, desesperados por

muitas vezes não terem alternativa. Por causa da COVID-19, ouvimos empresários dizerem que têm medo de

não conseguir pagar ordenados. Ouvimos portugueses dizerem que têm medo de ficar sem emprego, sem

capacidade de pagar as suas contas, de pagar o empréstimo ou a renda da casa, que têm medo de não

conseguir pôr pão na mesa para a sua família. Por causa da COVID-19, ouvimos profissionais de saúde dizerem

que têm medo do inverno que aí vem, dos riscos aos quais se vão expor, aos quais vão expor as suas famílias.

Têm medo, mas dizem «presente», como sempre disseram — é essa a sua natureza, mas têm medo.

A única forma de ultrapassarmos este medo passa por tudo fazermos, desde já, para controlar a COVID-19,

sobretudo no outono e no inverno que se aproximam. Se não controlarmos o vírus, o vírus acabará por controlar

as nossas vidas.

O Partido Social Democrata reafirma o que disse desde o primeiro dia desta pandemia: combatemos um

inimigo comum e estaremos sempre do lado das soluções. Este não é o momento para a avaliação política da

atuação do Governo. Nesta época tão crítica, a última coisa que os portugueses precisam de nós — da

Assembleia da República — é de uma guerrilha entre partidos.

A COVID-19 não se controla com discursos, não se resolve com retórica. Não basta dizer que o País não

volta a fechar ou que o País não aguenta mais um confinamento, é preciso fazer por isso.

Se se falhar na resposta e houver um crescimento exponencial de casos de COVID-19 em Portugal, se não

se controlar o vírus, bem podem manter as portas das escolas abertas, os pais manterão os filhos em casa. Se

não se controlar o vírus, bem podem manter os comboios a circular e os aviões a voar, os passageiros não

aparecerão. Se não se controlar o vírus, bem podem manter os restaurantes e os hotéis abertos, os táxis e os

uber na estrada, simplesmente não haverá clientes.

É fundamental manter a economia a funcionar e evitar um novo confinamento e, por isso, o Governo tem de

agir já com sentido de urgência. Temos de reforçar o dispositivo de saúde pública para identificar em tempo real

e testar, massiva e sistematicamente, toda a população afetada, começando pelas pessoas que tiveram contacto

direto com pessoas infetadas, mesmo que sejam assintomáticas. Temos de garantir que todos os infetados e

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