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24 DE SETEMBRO DE 2020

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anterior Governo. Isto porque o futuro de Portugal também se ganha com serviços públicos eficazes ao dispor

dos cidadãos e motivadores dos funcionários.

A segunda pergunta que atrás deixei é sobre como vamos gastar esse dinheiro.

Se até aqui Portugal consumia, anualmente, cerca de 3000 milhões de euros de fundos comunitários, isso

significa que passaremos a receber o dobro nos próximos nove anos.

O desafio é gigantesco, sobretudo quando desesperamos com a falta de prontidão da máquina

administrativa pública. Mas o sobressalto maior que nos acomete tem a ver com o desperdício, os

investimentos megalómanos, os tais elefantes brancos, despropositados e imponderados — alguns já

espreitam da cartola —, e, muito especialmente, com as cadeias de corrupção e compadrio que logo se

instalam.

Portugal não é um país de corruptos, mas Portugal está hoje manchado por tristes circunstâncias de que

destaco: um ex-primeiro-ministro acusado, ex-banqueiros e pretensos banqueiros às voltas com a justiça,

responsáveis das maiores empresas sob suspeita, personalidades do topo da magistratura envoltas em

suspeições.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Adão Silva (PSD): — O cidadão comum assiste a este colapso social e teme o pior.

Aplausos do PSD.

Pois bem, se o imperativo deve ser «nem um cêntimo desperdiçado», temos de acrescentar: nem um pingo

de esperança malbaratado!

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe para concluir.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Por isso, neste recomeço que a pandemia nos impõe e nesta oportunidade que os fundos comunitários nos propiciam, temos de ser intolerantes às práticas corruptivas.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Como disse o Presidente do meu partido, o Deputado Rui Rio: «é preciso que o Governo, é preciso que nós todos, o Parlamento e os tribunais, sejamos capazes de encontrar soluções de

acompanhamento e fiscalização da utilização desses fundos comunitários, para não voltarmos a ter a dor de

peito, a dor de alma, que tivemos no passado, da má utilização dos fundos comunitários.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Pelo Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira. Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e restantes Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Em democracia há lugar a divergências sobre os caminhos a seguir. É assim que

queremos, é essa a essência do sistema em que nos sentimos representados e é por isso que lutaremos até

ao limite das nossas forças para o preservar.

Mas este debate ocorre num tempo crítico das nossas vidas, colocando uma pressão intensa e uma

ansiedade por vezes insuperável sobre todos os nossos concidadãos.

Os portugueses não nos perdoarão se a Assembleia da República for incapaz de gerar um entendimento

alargado sobre um plano de recuperação que ultrapassa esta Legislatura e que mais não é do que o desenho

do resto das nossas vidas, das vidas das famílias, dos mais velhos, das crianças, das empresas, dos

empresários, dos jovens, de todos, sem exceção.

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