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1 DE OUTUBRO DE 2020

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fazer nem inscreveram no Orçamento do Estado. É uma coisa absolutamente extraordinária e, portanto, é

preciso terem lata para recomendarem a vocês próprios que façam aquilo que não quiseram fazer.

Isto dava para rir se não estivéssemos a tratar de assuntos muito sérios. Já agora, a Sr.ª Deputada Ana

Rita Bessa já vos fez um desafio e eu reincido nesse desafio: os senhores estão em condições de garantir que

no próximo Orçamento do Estado, que vai começar a ser discutido, há verba para construir este Pavilhão 5 do

hospital da Guarda? Se não estiver lá esta verba, o que é que os Srs. Deputados do Partido Socialista, que

apoiam o Governo, fazem? Não votam o Orçamento? Metem a cabeça na areia? O que é que fazem?

Pensem bem nisto, porque esta responsabilidade que os senhores têm a partir de hoje já não é uma

responsabilidade qualquer, é um assunto, de facto, muito sério. Mas, Srs. Deputados, não pensem que com

esta manobra de circo do projeto de resolução os guardenses se aninham e se calam. Não, não pensem

nisso. O PS e o Governo têm de dizer de uma vez por todas, sem subterfúgios, olhos nos olhos, se vão ou não

vão arrancar com a segunda fase do hospital da Guarda.

Como sabem, a segunda fase do hospital da Guarda é muito mais do que o Pavilhão 5 e abrange um

conjunto muito mais vasto de edificações e de valências. Os senhores têm essa garantia ou não têm?

Conseguem dá-la aqui ou não conseguem?

É também tempo de esclarecerem como e quando vão diminuir os obscenos tempos de espera para

consultas e cirurgias naquele hospital. Srs. Deputados, por lá, além de só se poder adoecer em alguns dias,

porque nos outros não há médicos especialistas para tratarem as pessoas, aquilo que acontece em algumas

especialidades faz desesperar qualquer pessoa. Até anotei os tempos de espera, para não me enganar: três

anos e sete meses por uma consulta de cardiologia; dois anos por uma consulta de dermatologia; um ano e

meio por uma consulta de neurologia; e quase três anos por uma consulta de oftalmologia ou de ortopedia.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Termino, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: é exatamente por esta doença, que tão mal trata os guardenses, que o Governo também tem de responder, mas que sobre isto tem

feito como a avestruz. E escuso de dizer o que a avestruz faz: mete a cabeça na areia e nem conseguimos

saber se ela cora ou não de vergonha.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para apresentar o Projeto de Resolução n.º 595/XIV/1.ª (PS), tem a palavra o Sr. Deputado Santinho Pacheco.

O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Sr. Presidente, nem vale a pena esperar muito tempo, porque a poeira levantada pelo Sr. Deputado Carlos Peixoto já pousou toda e, por isso, vamos em frente muito rapidamente.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Hoje é um dia bom para a Guarda e um dia importante, penso eu,

para a Assembleia da República. Quando o povo reivindica, os Deputados recomendam e o Governo faz,

como é o caso, é a total consagração do respeito pela soberania e pela legalidade constitucional. Como

homem da Guarda, dessa terra antiga, farta e bela, a minha gratidão pelo apoio político ao reforço de tão justa

petição.

Permitam-me uma saudação especial aos representantes do MASMI, Movimento de Apoio à Saúde

Materno-Infantil do Distrito da Guarda, ao primeiro subscritor, Ismael Escudeiro Duarte, aqui presente, que é o

rosto das 18 661 assinaturas recolhidas de forma presencial pelos embaixadores do Movimento em todas as

terras do nosso distrito. Bem-haja a todos.

A história da prestação de cuidados de saúde na Guarda é marcada pelo Sanatório Sousa Martins e pelo

Parque da Saúde. A primeira expedição científica à serra da Estrela, incluindo o médico Sousa Martins, queria

respostas para muitas questões, entre as quais a cura da tuberculose. O ar frio e seco da Guarda, uma

frondosa mata e a altitude determinaram a decisão de construir o sanatório, inaugurado em 1907. Meio século

depois, foram construídas novas instalações, as mesmas onde ainda hoje funcionam serviços como a

maternidade ou as medicinas.

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