O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 8

40

É esta realidade social que não é possível ignorar e que exige respostas urgentes para atender a situações

imediatas e para garantir também respostas para o futuro.

Esta realidade de desemprego, que hoje se aprofunda e acentua, não está desligada de sucessivas opções

políticas e alterações legislativas de PS, PSD e CDS, que enfraquecerem direitos e proteção social.

PSD e CDS, na última vez que estiveram no Governo, facilitaram despedimentos, deixando nas mãos do

patronato o poder de despedir quando quiser e quem quiser, e ofereceram de mão beijada ao patronato

indemnizações por despedimento a preço de saldo.

Na última alteração à legislação laboral, o PS não só recusou eliminar as normas gravosas da legislação

laboral, como introduziu elementos que agravaram a precariedade e a desproteção social dos trabalhadores, de

que são exemplo o período experimental ou o alargamento dos contratos de muito curta duração.

Ao longos de vários anos, sucessivas alterações às regras de atribuição do subsídio de desemprego,

desenvolvidas por sucessivos Governos, traduziram-se em menor proteção social. E não foram somente

objetivos economicistas que estiveram por trás destas opções. Os objetivos foram os de criar condições para

agravar a exploração de quem trabalha, sabendo bem que um trabalhador sem proteção social, em situação de

vulnerabilidade, é mais facilmente empurrado para aceitar qualquer posto de trabalho, qualquer tipo de contrato

e qualquer tipo de horário ou condições de trabalho.

Hoje, os trabalhadores são mais facilmente despedidos e têm menos proteção social, porque houve

Governos anteriores que tomaram essa opção política. Nos últimos tempos, a pretexto do vírus, muitos

trabalhadores em período experimental, com trabalho temporário, em outsourcing ou a falsos recibos verdes

foram dos primeiros a ser considerados descartáveis pelos patrões. A sua precariedade laboral significou a

precariedade da sua proteção social. Muitos trabalhadores que estiveram em situação de layoff e sofreram cortes

nos salários e em outras componentes das suas remunerações estão hoje confrontados com o despedimento e

o desemprego.

Srs. Deputados, o PCP tem apresentado várias propostas para a defesa do emprego, para a manutenção

dos salários por inteiro, além da sua necessária valorização, para o combate à precariedade e para o reforço da

proteção social.

O direito ao emprego, à estabilidade e à segurança no emprego, à segurança social e à proteção no

desemprego são direitos com consagração constitucional. Para o seu cumprimento, o combate à precariedade

e ao desemprego, a garantia da criação de emprego com direitos e uma efetiva valorização dos salários são a

resposta necessária de que milhares de desempregados precisam para que a segurança e a estabilidade sejam

uma realidade no seu quotidiano e no das suas famílias. O direito à proteção social, sendo um direito dos

trabalhadores, é também uma valorização da sua carreira contributiva e dos descontos que são feitos para a

segurança social.

O desemprego representa um dos maiores flagelos económicos e sociais, sendo um fator determinante em

graves situações de pobreza e constituindo um instrumento efetivo para o agravamento da exploração dos

trabalhadores, por via da redução do custo do trabalho e da degradação das condições de trabalho e de vida. A

desproteção social de muitos milhares de desempregados é um dos problemas relacionados com o desemprego,

em resultado de sucessivas alterações às regras de atribuição desta prestação.

Na passada Legislatura, a intervenção e a proposta do PCP permitiram eliminar o corte de 10% no subsídio

de desemprego, repondo critérios e justiça na atribuição desta prestação social e repondo direitos e rendimentos

aos trabalhadores nesta situação.

Se temos afirmado, em vários momentos, que é fundamental garantir a mais trabalhadores mais e melhor

proteção social em situações de desemprego e se temos apresentado propostas nesse sentido, hoje, face à

realidade económica e social que temos, essa necessidade é ainda mais urgente. Por isso, propomos um reforço

do apoio social para os trabalhadores em situação de desemprego, nomeadamente nas condições de atribuição,

no montante e na duração do subsídio de desemprego. Propomos o alargamento do período de atribuição das

prestações, reduzimos o prazo de garantia, reforçamos valores e propomos a majoração de 25% destas

prestações em situações de desemprego de ambos os membros do casal ou no caso de famílias monoparentais.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, queira concluir.

A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente.

Páginas Relacionadas
Página 0003:
2 DE OUTUBRO DE 2020 3 O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Fun
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 8 4 O risco de que muita gente não se apercebe é o de passa
Pág.Página 4
Página 0005:
2 DE OUTUBRO DE 2020 5 neste momento. O mesmo em relação à Administração Pública di
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 8 6 ser o pontapé de saída para um processo legislativo que
Pág.Página 6
Página 0007:
2 DE OUTUBRO DE 2020 7 definida por referência à Constituição; independentemente ta
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 8 8 O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Peço a palavra
Pág.Página 8
Página 0009:
2 DE OUTUBRO DE 2020 9 Segundo, a articulação da legislação com aquela que está em
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 8 10 O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Pre
Pág.Página 10
Página 0011:
2 DE OUTUBRO DE 2020 11 Responder a estas questões de forma preventiva é um enorme
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 8 12 O Sr. Bruno Aragão (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs
Pág.Página 12
Página 0013:
2 DE OUTUBRO DE 2020 13 A quem o ouve parece que a Google e o Facebook só virão par
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 8 14 Se é imprescindível garantir a segurança dos cidadãos,
Pág.Página 14
Página 0015:
2 DE OUTUBRO DE 2020 15 lugares públicos de acesso reservado; e vemos isso na relaç
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 8 16 O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço desculpa por tê
Pág.Página 16
Página 0017:
2 DE OUTUBRO DE 2020 17 de estas duas iniciativas serem contra a orientação europei
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 8 18 ciberperseguição, do ciberassédio, do tráfico de seres
Pág.Página 18
Página 0019:
2 DE OUTUBRO DE 2020 19 Ainda que possamos ter essas diferentes abordagens, há solu
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 8 20 Não incluímos nenhuma referência ao direito dos criado
Pág.Página 20
Página 0021:
2 DE OUTUBRO DE 2020 21 Se a história fosse circular, quando aparecem problemas nov
Pág.Página 21