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I SÉRIE — NÚMERO 10

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nesta evolução; um representante do setor, ao nível europeu, dizendo que, graças à União Europeia,

mantivemos 900 pequenas e médias empresas só neste setor e mais de 110 mil empregos na Europa.

Sr. Primeiro-Ministro, esta referência permite-nos várias reflexões. Primeiro, há, claramente, vários setores

empresariais do nosso País que sabem fazer melhor economia, e isso é importante para termos mais e melhor

emprego, até para a sustentabilidade do Estado social, porque empresas privadas, iniciativa privada e serviço

público e Estado social não são contraditórios. Aliás, é tarefa histórica do Partido Socialista combinar privado e

público, para melhor defesa do bem comum.

Aplausos do PS.

Outro aspeto mencionado neste texto é a questão da inovação. E nós bem sabemos, pelos números dos

últimos anos, que quando o investimento público puxa pela carroça o investimento privado também sobe e que

quando o investimento público cai o investimento privado também cai.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Porquê?!…

O Sr. Porfírio Silva (PS): — E mais uma vez, aqui, é preciso combinar iniciativa privada com investimento público.

Outro elemento que vem mencionado é a necessidade de colaboração, cooperação, parcerias, aquilo a que,

em certo momento, se chamou «política de ‘clusterização’». E, Sr. Primeiro-Ministro, olhando para o histórico,

aqui é preciso dizer uma coisa: na evolução política do nosso País, mais do que uma vez, essa referida política

foi interrompida apenas por mudança de governo. E essa é uma lição que nós temos de aprender — temos de

ter visões estratégicas, temos de ter visões a médio e a longo prazo que não estejam à mercê dos ciclos

eleitorais.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Muito bem!

O Sr. Porfírio Silva (PS): — E o exemplo das bicicletas de Águeda — e digo isto com muito orgulho, porque esse é o meu distrito — também tem outro elemento muito importante: num tempo de hiperglobalização, nenhum

país pode estar sozinho. Nós estamos na região do mundo que é a região mais progressiva, é a região onde os

valores são mais consentâneos com o nosso esforço de construir uma sociedade decente, com o nosso esforço

de promover o trabalho digno. E se a União Europeia aprendeu alguma coisa com os erros que cometeu na

crise anterior, isso deve-se também ao exemplo de Portugal, que mostrou que havia outro caminho e que esse

caminho dá mais resultado do que o caminho da austeridade.

Aplausos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, o que temos de saber é se todos aprenderam a lição, porque quando alguns continuam

a diabolizar o aumento do salário mínimo nacional, é legítimo perguntar: será que todos compreenderam a lição?

Alguns continuam a fazer de conta que a grande recessão mundial, que se seguiu à crise financeira global da

década passada, foi uma coisinha que aconteceu, aqui, em Portugal. É que alguns continuam a falar como se a

grande recessão mundial tivesse sido provocada por Portugal, esse país fantástico que, como deu novos

mundos ao mundo, também provocou a grande recessão mundial… Vale a pena pensarmos se todos

aprenderam a lição com as crises passadas e com as políticas erradas.

Mas isto permite-me, Sr. Primeiro-Ministro, fazer-lhe duas perguntas. Uma, de política geral, é a seguinte:

estamos ou não em condições de aprender que a política democrática é, simultaneamente, cooperação e

competição, ideias diferentes, mas capazes de traçar um rumo para o País?

A segunda pergunta, em termos de política mais setorial, é um histórico, no nosso País, no investimento, na

qualificação, na ciência, no conhecimento, na qualificação das pessoas, na qualificação das organizações, na

qualificação dos territórios: como é que vamos continuar essa aposta para vencer, mais uma vez, este desafio,

esta encruzilhada política e social em que o País se encontra?

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