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24 DE OUTUBRO DE 2020

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A Sr.ª Secretária de Estado do Orçamento: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, gostaria apenas de salientar que a Conta Geral do Estado de 2018 deu entrada na Assembleia

da República no dia 2 de julho de 2019. Portanto, se não estamos a discuti-la mais cedo, terá sido por outras

circunstâncias alheias ao Governo.

Relativamente às questões identificadas pelos Srs. Deputados, gostaria de salientar algumas delas.

Começando pela questão da carga fiscal, muito agradeço a distribuição, a pedido do Sr. Deputado Jorge

Paulo Oliveira, do documento sobre a carga fiscal do ano de 2018. Importa olhar para o peso das contribuições

para a segurança social na carga fiscal. Já tivemos esta conversa, não há muito tempo, na Comissão de

Orçamento e Finanças, altura em que tive a oportunidade de explicar este assunto e até de questionar se, para

o Sr. Deputado, um aumento das contribuições para a segurança social é algo negativo, uma vez que está

associado a um aumento da proteção dos portugueses e das suas condições na segurança social, em termos

de proteção social.

Aplausos do PS.

Portanto, se não for um problema para o Sr. Deputado haver mais contribuições para a segurança social,

porque significam mais emprego e mais massa salarial, então, talvez o exercício mais oportuno seja o de

expurgar as contribuições para a segurança social desse exercício.

Aí, talvez possa utilizar um outro indicador também muito importante, que é o peso dos impostos no PIB,

que, de facto, diminuiu. Aliás, como a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua teve a oportunidade de dizer, o ano de

2018 foi, precisamente, um ano em que houve uma diminuição de impostos no IRS, com uma alteração neste

imposto.

Portanto, Sr. Deputado, voltamos à mesma conversa, mas também voltamos à mesma explicação. Pode ser

que traga frutos numa futura discussão sobre o assunto da carga fiscal.

Relativamente aos pagamentos em atraso, o Sr. Deputado fez a seguinte afirmação: «Os pagamentos em

atraso foram inferiores no último ano de governação do Governo PSD/CDS.»

Talvez haja um exercício importante a fazer também nesta conta, que é o de perguntar qual foi o peso que

teve a integração dos fundos dos bancários, que foram canalizados, por opção do Governo de então, para pagar

a dívida do SNS, o que fez com que, anualmente e durante muitos anos, o Orçamento do Estado esteja a pagar

as pensões dos então bancários e dos atuais bancários com fundos que poderiam estar a ser utilizados por

parte da integração dos fundos.

Aplausos do PS.

Se retirássemos essa verba, que foi para pagar as dívidas do SNS, talvez não chegasse à mesma conclusão.

Se analisar a conta da segurança social, terá a oportunidade de ver a transferência anual para o pagamento

das pensões dos bancários, que talvez não fosse pelo Orçamento do Estado todos os anos e durante muitos

anos, mas talvez fosse pelo fundo que os bancos tinham e que, com a integração, foram também integrados no

Estado. É um exercício que também pode ser importante fazer.

Relativamente aos erros materialmente relevantes, que são, obviamente, uma preocupação do Governo, não

deixo de salientar que tem sido feito um esforço muito grande nesse sentido. No entanto, noto que, durante o

ano de 2012, apenas 52% das recomendações foram acolhidas e, em 2015, apenas 53%. Portanto, se é

comparação por comparação, então, vamos fazê-las todas.

Em relação ao investimento público, importa ter em conta um primeiro aspeto, que é o de que, em

contabilidade nacional, o investimento público é contabilizado apenas no final, mas, em contabilidade

orçamental, não.

Quando falamos em investimento público, importa ter em conta o tempo que a execução ou a conclusão de

uma grande obra demora, pelas próprias vicissitudes do Código dos Contratos Públicos, dos procedimentos de

adjudicação, do início da obra. Isso está, de facto, a refletir-se, aliás, basta olharmos para a execução, no ano

de 2020, do investimento, que contamos ter um incremento bastante significativo no ano de 2021.

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