O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 25

32

Em terceiro lugar, este debate orçamental também serviu para mascarar a vergonhosa omissão deste

Parlamento ao não assinalar os 45 anos do 25 de Novembro que se cumpriram ontem. Não houve uma

cerimónia, uma evocação, um cartaz ou um e-mail que fosse. Nada! Zero!

O Parlamento português ignorou a data, mostrando não perceber o óbvio: sem o 25 de Novembro, o

significado do 25 de Abril que festejamos seria bem diferente. Só em Novembro se começou a cumprir Abril e é

fundamental que continuemos a celebrar essa data. E quanto maior for a resistência da esquerda a celebrar o

25 de Novembro, mais fica demonstrada a necessidade de o fazermos, para preservação da memória dessa

data para as novas gerações, porque povos sem memória estão condenados a repetir os mesmos erros.

Finalmente, este debate orçamental serviu também para deixar bem clara a importância de existir um partido

como a Iniciativa Liberal em Portugal e neste Parlamento, um partido que se assuma como liberal em toda a

linha, na sociedade, na política, nos costumes, na economia, que ponha sempre acima de quaisquer

considerações práticas, de quaisquer conveniências do momento, de quaisquer negociatas eleitorais ou

eleitoralistas os valores da liberdade, dos direitos humanos e da justiça.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Vou concluir, Sr. Presidente. Como dizia, ficou clara a importância de existir um partido como a Iniciativa Liberal, em Portugal e neste

Parlamento, um partido que não tenha medo de ser o primeiro a questionar as limitações às liberdades

individuais e a votar contra o estado de emergência; que não faça contas quando se trata de condenar tiranos

e tiranetes na China, na Bielorússia ou na Hungria; que não mude o seu sentido de voto de um dia para o outro

só porque uns trolls das redes sociais confundem irresponsabilidade com diversão.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Portanto, quando, no final desta intervenção, volto à pergunta inicial — para que serve este pesadíssimo processo orçamental? —, a Iniciativa Liberal tem pelo menos uma

boa resposta: serve para nos motivar para continuarmos a lutar, incansavelmente, por um Portugal mais liberal.

O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Este será, provavelmente, o último Orçamento socialista dos próximos anos. E será assim porque

todos já perceberam, a começar pelo próprio Governo, que este Orçamento não é para executar e, como não é

para executar, a fatura do Partido Comunista e do PAN pode ser dada sem qualquer rasura e com folha limpa,

porque todos sabemos que a execução se vai situar ainda mais abaixo do que nos últimos anos.

Este é também o momento em que percebemos que aqueles que, há uns meses, davam a mão ao Governo,

agora, vendo que o caminho e o comboio estão a descarrilar, vão-se embora e dizem «nunca tivemos nada a

ver com isto. Agora, preocupem-se e paguem outros a fatura».

Mas se este Orçamento ficar marcado por alguma coisa será por ter sido decidido, no dia em que milhares

de homens e mulheres da restauração, da hotelaria e do turismo gritavam às portas deste Parlamento, que não

lhes daríamos a isenção da TSU (taxa social única) nem baixaríamos o IVA da restauração. Foi isto que lhes

dissemos no dia em que lutavam lá fora, de mão bem esticada, dizendo: «Façam alguma coisa por nós!». É que

este Primeiro-Ministro, que há cinco anos lhes disse «ajudem-me a dar a Portugal a dignidade que merece»,

agora virou-lhes as costas, dizendo «paguem a fatura, porque eu tenho muito dinheiro para distribuir por quem

não quer fazer nada».

Este é também o Orçamento que, mais uma vez, deixará as forças de segurança aquém daquilo que

merecem. Milhares de homens e mulheres, que deveriam ser, em momento de crise, mais do que nunca

recompensados, viram agora que, mesmo nos piores momentos, nós também não estamos lá para eles.

O Orçamento que iria ser o da linha da frente, nas palavras do Sr. Ministro das Finanças, é o Orçamento que

virou costas a professores, a enfermeiros, a bombeiros, a profissionais de transportes, a esses milhares de

Páginas Relacionadas
Página 0052:
I SÉRIE — NÚMERO 25 52 Aplausos do PS, de pé. Srs. Depu
Pág.Página 52
Página 0053:
27 DE NOVEMBRO DE 2020 53 Em 1951, ao serviço da marinha mercante, fixa-se em Angol
Pág.Página 53