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I SÉRIE — NÚMERO 29

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perspetivas. Primeira perspetiva: é ou não a TAP uma empresa estratégica para a economia portuguesa que

justifique que procuremos mantê-la ao serviço de Portugal e da economia portuguesa? E a resposta foi sim.

A segunda perspetiva foi esta: há ou não possibilidade, condições e meios, de colocar a TAP num caminho

de sustentabilidade económica e de viabilidade a longo prazo? Naquilo que o Conselho de Ministros pôde

apreciar, o plano que lhe foi presente, e que terá agora de ser discutido com a Comissão Europeia, é um plano

que aborda todas as questões relevantes, desde as estimativas de tráfego até aos custos e à capacidade

operacional da empresa, para permitir ao Governo perceber que o apoio que se possa justificar a uma empresa

estratégica não é feito sem assegurar que essa empresa se mantém viável a longo prazo. E, nessa matéria,

todo o Governo está solidário.

Era isto que lhe queria dizer, Sr. Deputado.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, faça favor de prosseguir com as suas perguntas.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, ainda em relação à TAP, e em termos daquele que é o impacto económico, era importante explicar aos portugueses, e penso que ainda

ninguém conseguiu, mas o Sr. Ministro, seguramente, poderá transmiti-lo aqui, no Parlamento, por que razão é

que é preciso injetar tantos milhões na TAP. Qual é o impacto económico disso e qual é o impacto que a TAP

tem na nossa economia? É que não será só, seguramente, para preservar postos de trabalho, há todo um

conjunto de implicações económicas que é importante explicar. Por isso, Sr. Ministro, coloco-lhe esta questão.

Simultaneamente, e para terminar este tema, gostaria de lhe perguntar se, na perspetiva do Governo, a TAP,

depois de passar esta trajetória e esta reestruturação, deve ser pública ou privada. Qual é a intenção do

Governo? A intenção é abrir, depois, o capital a privados ou é manter a TAP com a estrutura acionista e a

representação do Estado que tem atualmente, ou que vai ter em breve?

Já agora, e porque se fala muito na nacionalização da TAP, queria também perguntar-lhe se a nacionalização

da TAP é compatível com aquelas que são as regras da União Europeia.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro.

O Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital: — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, como há de perceber, não lhe vou responder sobre o plano de reestruturação da TAP, até

porque, tanto quanto sei, ele já foi discutido e apresentado aos vários grupos parlamentares e será hoje mesmo

apresentado publicamente pelo Sr. Ministro das Infraestruturas.

Aquilo que lhe posso dizer, como Ministro da Economia, é que, quer com o Gabinete de Estratégia e Estudos

do Ministério da Economia, quer com uma consultora internacional, a McKinsey, estivemos a fazer a avaliação

de quais os setores críticos para o crescimento da economia portuguesa, em função do impacto que a pandemia

está a ter, quais as empresas em que devemos concentrar a nossa atenção, porque se desaparecerem o

prejuízo para a economia portuguesa, no seu todo, será muito elevado. E posso dizer-lhe que ambas as análises

coincidem no seguinte: o setor do transporte aéreo é dos mais críticos…

A Sr.ª Filipa Roseta (PSD): — E a cultura?!

O Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital: — … para o futuro da economia portuguesa e a TAP, provavelmente, é das empresas mais importantes para o País. E isto pode caracterizar-se de várias

maneiras.

Repare, nós dizemos que precisamos de mais Autoeuropas, porque é importante termos a Autoeuropa, mas,

antes de atrairmos outras Autoeuropas, é preciso manter a Autoeuropa em Portugal. É uma empresa que, no

ano passado, faturou 3700 milhões de euros; é uma empresa que, no ano passado, foi uma grande exportadora,

teve exportações muito significativas; é uma empresa que puxa por um conjunto de fornecedores nacionais que

incorporam componentes nos produtos que vendem para fora.

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