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I SÉRIE — NÚMERO 33

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Antes da pandemia e do confinamento, o restaurante, num dia normal, servia cerca de 300 refeições por dia.

Com o estado de emergência decretado em meados de março, no início da situação pandémica no País, o

restaurante, o bar e a atividade cultural da associação pararam.

Com o desconfinamento, a perspetiva de retoma da atividade ficou muito aquém do que se pretendia e a

situação viu-se agravada a partir de agosto, com o novo aumento dos casos de infeção.

Os restaurantes e as salas estão às moscas. Não há turistas, não há clientes. A direção diz que, atualmente,

nos melhores dias, conseguem servir cerca de 15 a 20 refeições.

Esta diferença provocou uma quebra na ordem dos 84%. Os prejuízos ascendem a valores entre os 18 e os

20 mil euros por mês e as despesas mensais mantêm-se na ordem dos 50 mil euros.

Esta situação é cada vez mais difícil e coloca em risco os 32 postos de trabalho e o pagamento a

fornecedores.

Para fazer face a esta crise que se vive na Casa do Alentejo, foi aprovada, em reunião da Câmara Municipal

de Lisboa, uma proposta, subscrita pelo Vereador da Educação e dos Direitos Sociais Manuel Grilo, que garante

a atribuição de 187 mil euros do Fundo de Emergência Social da Câmara Municipal de Lisboa.

Contudo, esta verba, embora necessária, continua a ser insuficiente e não consegue cobrir as necessidades.

Portanto, é necessário continuar a encontrar soluções para que esta emblemática associação cultural e

recreativa sobreviva.

Infelizmente, a Casa do Alentejo é apenas um entre milhares de exemplos de estabelecimentos comerciais

e restaurantes que se encontram numa situação desesperada.

Desde o início da pandemia já encerraram 111 lojas na Baixa de Lisboa.

Esta situação resulta de um conjunto de decisões erradas que tornaram aquela zona da cidade

exclusivamente dedicada ao turismo — nela concentraram-se hotéis, hostels, Airbnb, restaurantes e lojas —,

mas não há uma diversificação da atividade económica que poderá garantir a sobrevivência de instituições e

serviços públicos nessa zona.

Outras zonas de Lisboa, menos dependentes do turismo, têm estado a sobreviver. O que é importante é

encontrar uma resposta robusta que permita a sobrevivência da Casa do Alentejo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Norberto Patinho, do PS.

O Sr. Norberto Patinho (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Casa do Alentejo, fundada em 1923, com sede na Rua das Portas de Santo Antão, na Baixa de Lisboa, é uma associação cultural e regional

que contribui para a divulgação, o estudo, a defesa e a valorização da cultura alentejana em toda a Área

Metropolitana de Lisboa.

Promovendo o turismo da região, divulgando o cante, a música e a dança, colaborando no lançamento de

livros, organizando exposições, encontros e diversas manifestações de caráter cultural e regional, a Casa do

Alentejo tem contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento de relações com os alentejanos residentes

na área metropolitana, aprofundando as suas raízes e ligação com o seu território de origem, sendo por muitos

considerada como a embaixada do Alentejo na capital do País.

A Casa do Alentejo é uma referência cultural da cidade de Lisboa, sendo um parceiro de grande importância

na resposta turística naquela zona da cidade e onde se pode disfrutar da excelente gastronomia alentejana.

O edifício onde está sedeada, um dos mais interessantes de Lisboa, é o antigo Palácio Alverca, construído

em finais do século XVII, junto a uma das principais entradas da cidade velha.

A Casa do Alentejo tem tido um papel de extraordinária importância na conservação e restauro deste imóvel

classificado como monumento de interesse público, substituindo-se a outras entidades no financiamento das

várias intervenções realizadas ao longo dos últimos anos e aplicando aí parte muito significativa dos seus

orçamentos anuais.

As receitas que suportam a atividade da Casa do Alentejo, e muito especialmente o restauro do imóvel e do

seu valioso recheio, são conseguidas na sua grande parte pelos resultados da restauração.

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