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I SÉRIE — NÚMERO 33

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Também podia falar de George Steiner, da ideia da cultura europeia, da ideia dos cafés, da ideia de que a

Europa não é outra parte do mundo, e são estas instituições que a reforçam.

A Casa do Alentejo é um exemplo incrível por fazer a fusão daquilo que foi a loucura dos anos 20 em toda a

Europa com aquilo que foi a Lisboa pré-pombalina e a gastronomia do interior do País.

Se não forem sensíveis a estes números, se não forem sensíveis ao PIB e se não forem sensíveis à cultura

europeia e a este conceito cultural, quero apelar a toda a gente que me está a ouvir que vá à Casa do Alentejo,

se nunca foi. Isso, na verdade, é o mais importante.

O Sr. AfonsoOliveira (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª FilipaRoseta (PSD): — Às pessoas que estão a ouvir a minha intervenção, nesta Sala, ou fora dela, seja em que sítio for, gostaria de dizer que, se não conhecem a Casa do Alentejo, ainda não conhecem Lisboa,

ainda não conhecem a nossa cultura.

E, se depois de irem a esse espaço, não perceberem que é urgente haver critérios de bonificação do

património cultural no apoio às empresas, como temos vindo a dizer à Ministra da Cultura e ao Ministro da

Economia, se mesmo assim não perceberem isto, muito honestamente, caros amigos e caras amigas, Caros

Deputados, Caras Deputadas, Sr. Presidente, então, não perceberam nada.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira, do PCP.

O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Julgo que o facto de ser sócio da Casa do Alentejo há já uma boa dezena de anos não me obrigará a fazer uma declaração de eventual interesse

particular, porque aquilo de que estamos a tratar é, de facto, do interesse coletivo.

Permitam-me que diga, Sr.as e Srs. Deputados, que quem vá à Casa do Alentejo e olhe para as suas paredes

não conseguirá ver aquilo que de mais importante ela tem, porque o seu valor está, sobretudo, no trabalho

cívico, social e cultural que foi feito a partir daquele edifício, com a projeção da cultura, das tradições, das

práticas do Alentejo e das suas populações, com o testemunho da história de uma associação regionalista que

atravessou vários períodos da vida nacional, alguns deles particularmente complexos. Aquele espaço nunca

deixou de albergar todos aqueles que, do ponto de vista cívico, político, cultural e social, procuravam lutar por

um país com mais progresso, mais justo e mais desenvolvido, a partir da realidade do Alentejo e da realidade

vivida pelas suas populações.

O contributo que, ao longo de décadas, a Casa do Alentejo tem dado para a valorização do património e da

cultura do Alentejo tem, de facto, um valor intangível, que não pode ser alcançado apenas pelo olhar, mas que

está registado ao longo da sua história, de forma inegável e numa lógica de vivência, por todos, daquele espaço

e da cultura que ali se projeta.

Naturalmente, há também um elemento relevante na Casa do Alentejo e no trabalho lá realizado. Trata-se

do contributo que a Casa do Alentejo e, particularmente, as suas direções, ao longo destas últimas décadas,

desde o 25 de Abril, foram dando para a vivência da cidade de Lisboa e para a valorização do seu património

edificado, com uma intervenção naquele imóvel — como já foi aqui referido em várias intervenções — com vista

à sua preservação, à sua recuperação e até à sua classificação, que só torna ainda mais prestigiante o trabalho

lá desenvolvido.

Tem sido um trabalho notável do ponto de vista da recuperação do edifício e daquilo que deve ser

verdadeiramente o objetivo da recuperação patrimonial, que é a perspetiva da recuperação do edifício para que

ele possa ser vivido e usufruído por todos. Mais: a abertura que a Casa do Alentejo tem dado às mais diversas

atividades, de índole social, cultural, desportiva e até política, reflete, precisamente, essa perspetiva sã, que é

de valorizar, de recuperação e valorização do património edificado.

Infelizmente, as dificuldades que a Casa do Alentejo hoje atravessa refletem as dificuldades que milhares de

associações, coletividades de cultura, recreio, desporto e pequenas e médias empresas estão a atravessar em

consequência dos impactos económicos e sociais da epidemia e das medidas de combate a esta. Podíamos

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