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I SÉRIE — NÚMERO 43

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nesta Câmara em redor das prioridades da Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. Em nome

do Governo, agradeço esse consenso. É um consenso muito importante, de natureza pluripartidária, é um

consenso nacional que em muito reforça as posições e os interesses de Portugal na União Europeia.

Poderia subscrever, da primeira à última linha, as duas intervenções feitas pelas Sr.as Deputadas do Partido

Socialista e a intervenção do Sr. Deputado Rui Rio e também poderia subscrever o acordo geral que deram às

prioridades as Sr.as Deputadas e os Srs. Deputados que falaram em nome do Bloco de Esquerda e do CDS.

Esta clareza na definição nacional de quais são as nossas prioridades, de quais são os nossos objetivos e

de quais são as nossas estratégias enquanto responsáveis pela Presidência rotativa do Conselho da União

Europeia é muito importante internamente e externamente. Para serem coerentes, convinha que os diferentes

partidos que aqui subscrevem, de forma tão clara e explícita, estas prioridades o fizessem em todos os fóruns

indispensáveis, designadamente no Parlamento Europeu. O consenso que aqui se viu hoje, em torno de reforçar

a posição nacional, que percebe bem o que é essencial e acessório na definição da nossa estratégia europeia,

que explicita bem o nosso acordo com os valores e os objetivos essenciais, não pode ser prejudicado por intrigas

políticas desenvolvidas em outros fóruns que prejudicam o interesse nacional e as posições nacionais.

Aplausos do PS.

Em relação às questões concretas que foram colocadas, em primeiro lugar, como sabem, desde o Tratado

de Lisboa, a política externa da União Europeia é responsabilidade permanente do Alto Representante para a

política externa e de segurança da União Europeia, e cabe à Presidência rotativa apoiar a ação do Alto

Representante e trabalhar estreitamente com ele, assim reforçando a nossa capacidade como atores globais. O

que fazemos, neste caso, é apoiar e concretizar missões que definimos conjuntamente como essenciais. Uma

delas foi exatamente a missão política que realizei, como enviado do Alto Representante, a Moçambique, que

permitiu estabelecer com clareza as prioridades que as autoridades moçambicanas pretendem que orientem o

reforço da cooperação europeia, prioridades em matéria de ação humanitária.

A União Europeia definiu o norte de Moçambique como primeira prioridade da ação humanitária europeia na

grande região da África Austral e do oceano Pacífico.

Houve um reforço, também, do apoio europeu em matéria de projetos de desenvolvimento. Está agora a

começar um grande projeto, orçado em 4,2 milhões de euros e dirigido pela cooperação portuguesa, chamado

«+Emprego», cujo objetivo é formar e empregar centenas e centenas de jovens da província de Cabo Delgado

nas atividades de energia que lá se desenvolvem.

Finalmente, temos também o reforço da cooperação em matéria de segurança. Neste caso, as autoridades

moçambicanas solicitam-nos sobretudo apoio na formação militar, designadamente de forças especiais, apoio

logístico e apoio material em equipamento. Portanto, a missão política está feita, a missão técnica começou

exatamente ao mesmo tempo em que eu estava em Maputo e a minha expectativa é a de que, nas próximas

semanas, possamos definir o quadro político para essa cooperação reforçada.

O mesmo se diga do ponto de vista das nossas contribuições para o essencial da política externa europeia,

quer na vertente de política externa propriamente dita, quer na vertente da política comercial. Em relação à

última, é muito importante, para haver um equilíbrio geopolítico, que haja um reforço da interlocução europeia

com a Índia. É muito importante que não percamos a oportunidade única representada pela nova Administração

Biden e é muito importante que consigamos um consentimento, o mais rapidamente possível, por parte do

Parlamento Europeu, ao acordo de comércio e cooperação com o Reino Unido, para que a cooperação e a

convergência com o Reino Unido possam desenvolver-se, continuar e reforçar-se agora, nestas novas

condições.

Não podemos esquecer África, como o Sr. Deputado Rui Rio bem lembrou, e, por isso mesmo, a Presidência

portuguesa, enquanto tal, está a desenvolver contactos e a planear atividades que se destinam não só a preparar

a próxima cimeira, como a avançar na conclusão do acordo pós-Cotonu, como a trazer o investimento e o apoio

à transição digital em África para o coração das políticas europeias.

Mas também é muito importante — vários Srs. Deputados referiram-se a isso — que a União Europeia trate

dos seus próprios vírus, que vão além do coronavírus, sendo um dos mais dramáticos que enfrentamos o

discurso do ódio, o racismo, o antissemitismo, a xenofobia. Portanto, a Presidência portuguesa do Conselho da

União Europeia assume como objetivo essencial do seu exercício desenvolver o Plano de Ação para a