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I SÉRIE — NÚMERO 45

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Deveria vir dizer que soluções tem para um problema tão grave como este, que manda milhares para o

desemprego, encerra negócios e destrói famílias, mas mais não fez do que fugir, pôr-se atrás das novas

variantes do vírus, olhar para o processo de vacinação e culpar, responsabilizar as autoridades de saúde.

Isto quando todos sabemos que o problema foi só um, foi o de o Governo não ter preparado a sério e em

tempo oportuno o que vinha a acontecer. E as escolas são o exemplo do maior falhanço deste estado de

emergência que agora discutimos.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva, de Os Verdes.

A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O presente

Relatório é referente a um período em que os números de casos de infeção estiveram perto dos 9000 por dia.

E o que este Relatório também refere é que os portugueses perceberam que deveriam reduzir os contactos

e as deslocações mesmo antes de serem implementadas as medidas de confinamento, o que vem confirmar,

mais uma vez, o comportamento dos portugueses, particularmente quando foi claro que os serviços do SNS

estavam perto da rutura e era necessário desafogá-los para que pudessem dar resposta a todos.

Mais uma vez, os portugueses estiveram e estão à altura das exigências, quando lhes foi pedido que

reforçassem os comportamentos para se protegerem e protegerem os outros. Basta ver o número relativamente

pequeno de contraordenações que aqui nos é apresentado.

Mas, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o que este Relatório não diz é que a Extensão de

Saúde do Caramulo, em Tondela, encerrou por falta de administrativos e que uma povoação onde se verificaram

vários casos e surtos nos lares de idosos ficou sem a possibilidade de recorrer aos médicos assistentes.

O Relatório também não refere que o Centro de Saúde de Souselas, em Coimbra, encerrou devido à falta de

assistentes técnicos que permitem o normal funcionamento dos serviços administrativos, e que, mais uma vez,

a população local ficou privada de recorrer aos serviços de saúde de proximidade, mesmo depois de estar

inscrito no Orçamento do Estado o reforço dos meios humanos para que os centros de saúde possam cumprir

com o seu papel de proximidade e de confiança nos serviços de saúde.

O que este Relatório também não refere é de que forma se está a prestar o apoio necessário aos idosos que

estão isolados e confinados nas suas casas, muitas vezes sozinhos ou a prestar apoio a outros idosos.

Refere o apoio aos lares, refere as brigadas de intervenção rápida devidamente estabelecidas em todos os

distritos, prontas para serem ativadas sempre que for necessário. No entanto, continuamos sem saber quais são

os planos para os idosos que não estão institucionalizados e que, se nos primeiros meses da pandemia se viram

apoiados pelos vizinhos, amigos e até pelas associações ou programas de apoio das juntas de freguesia, agora

se veem esquecidos.

Do que este Relatório não fala é dos apoios que estão a ser prestados à população no que diz respeito à

saúde mental, nem do acompanhamento psicológico nas estruturas como os lares, onde os utentes se sentem

cada vez mais isolados e abandonados pelos seus familiares, nem do acompanhamento que possa estar a ser

prestado ou reforçado nas escolas, às crianças e jovens que necessitam de acompanhamento, e que se veem

privados, há quase um ano, de crescer em liberdade, de brincar na rua, de socializar com os seus pares, que

se veem privadas de serem crianças.

Aguardamos pelo próximo relatório que reflita as preocupações que foram analisadas pelos técnicos, que

identificaram, claramente, que a saúde mental dos portugueses está pior e que isso é transversal, desde os mais

novos aos mais velhos.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção pelo PAN, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:

Temos caminhado de estado de emergência em estado de emergência, com medidas que se têm pautado mais

pela dúvida do que pela eficácia e eficiência.

Como já aqui afirmámos várias vezes, não tem havido uma linha de atuação preventiva, estratégica, lógica

ou, sequer, equilibrada. Vacilou-se, ora entre medidas sanitárias, ora entre medidas económicas e sociais,

quando o mais importante era o equilíbrio entre todas.

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