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19 DE FEVEREIRO DE 2021

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Foi, ainda, grande divulgador do pensamento de Agostinho da Silva em Portugal, tendo sido dirigente da

Associação Agostinho da Silva. Como secretário-geral da Fundação Luso-Brasileira, coordenou a pesquisa do

espólio deste filósofo no Brasil, no âmbito das comemorações do seu centenário.

Amândio Silva foi membro da Associação Tito de Morais, tendo sido grande amigo do falecido Presidente da

Assembleia da República e sua família, membro ativo do Grémio Lusitano e combatente comprometido pela

liberdade, igualdade e fraternidade.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de

Amândio Silva, saudando em especial a sua ação antifascista e transmitindo as suas sentidas condolências aos

familiares e amigos.»

O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que

acaba de ser lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Passamos à votação do Projeto de Voto n.º 467/XIV/2.ª (apresentado pelo PS e subscrito por Deputadas do

CDS-PP e do BE) — De pesar pelo falecimento de Joel Pina.

Peço à Sr.ª Deputada Lina Lopes o favor de proceder à respetiva leitura.

A Sr.ª Secretária (Lina Lopes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte

teor:

«João Manuel Pina, mais conhecido por Joel Pina, faleceu no passado dia 11 de fevereiro. Tinha 100 anos.

Nasceu na localidade de Rosmaninhal, no concelho de Idanha-a-Nova, em 17 de fevereiro de 1920.

Conheceu cedo o fado, ainda na infância, através de programas de rádio, tendo sido um autodidata em termos

de formação musical, com gosto particular pela viola e guitarra.

Em 1938, fixou-se em Lisboa, iniciando-se como espectador no circuito das casas de fado. O músico Martinho

d'Assunção convidou-o a fazer parte do seu Quarteto Típico de Guitarras. Foi Martinho d'Assunção que o

aconselhou a dedicar-se à viola-baixo.

Em 1959, entrou para o Conjunto de Guitarras de Raúl Nery. Além das casas de fado, também tocou para a

rádio e fez gravações em estúdio. Em 1961, emprega-se como funcionário público na Inspeção das Atividades

Económicas.

Ao longo dos seus 80 anos de carreira, gravou mais de três centenas de discos e colaborou com músicos de

renome, como Amália Rodrigues, com quem esteve durante cerca de três décadas, Beatriz da Conceição, Maria

Teresa de Noronha, Ricardo Ribeiro, João Braga, Cristina Branco, Fontes Rocha e Fernando Farinha, Tony de

Matos, Max, entre muitos outros artistas.

Além de acompanhar, Joel Pina foi também autor de melodias, nomeadamente Folha Caída, Madrugada e

Tempo Perdido.

Deixou um grande contributo para o fado, não só pela qualidade das suas execuções, do seu talento, da

capacidade de inovar na criação artística, bem como por ter sido um dos principais responsáveis pela introdução

da viola baixo acústica naquele estilo musical. Sendo uma referência do fado, ganhou o epíteto de professor,

como todos o consideravam. Teve uma participação determinante na elevação do fado enquanto Património

Imaterial da UNESCO.

Foi condecorado, em maio de 1992, com a Medalha de Mérito Cultural pelo Estado português. Em 2012,

recebe a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique e, no mesmo ano, a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.

Em setembro de 2020, Joel Pina foi homenageado no Teatro São Luiz, em Lisboa, por ocasião do seu

centenário, com um concerto onde participaram muitos músicos como, entre outros, Mariza, Mísia, Lenita Gentil,

Ana Sofia Varela, Camané, Joana Amendoeira, João Braga, Jorge Fernando, Katia Guerreiro, Pedro Moutinho

e Rodrigo.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, exprime o seu pesar pela morte de Joel Pina

e endereça aos seus familiares e amigos as suas mais sentidas condolências, prestando homenagem a uma

personalidade ímpar no panorama cultural português.»

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