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I SÉRIE — NÚMERO 47

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que levou o País ao topo dos números não desejados, ao país com o maior número de novos casos por 100 mil

habitantes e ao maior número de óbitos por milhão de habitantes.

De janeiro de 2020 a 30 de janeiro de 2021, registámos 721 mil casos de infeção confirmados. Destes, mais

de 26%, entre 15 e 30 de janeiro do presente ano.

Assistiu-se à mais alta taxa de positividade, perto de 20%, desde o início desta crise, e a um aumento de

casos de internamento, 220 em cuidados intensivos e quase 4000 óbitos — estes essencialmente na população

acima dos 70 anos —, o que expõe a enorme fragilidade do País na proteção da população mais idosa.

Ultrapassámos todas as linhas vermelhas e não o podemos repetir. Essa é a certeza que todos temos, ou

devemos ter. Não sabíamos o que sabemos hoje, é um facto, e a gestão de incertezas é sempre difícil. Não

tínhamos a união da comunidade científica, que hoje temos, e esta é central nos processos de decisão política.

O caminho hoje é mais claro e também, por isso, mais exigente e responsável. Convoca-nos a uma maturidade

e equilíbrio diferentes do primeiro confinamento.

Não tenhamos dúvidas de que o vírus se vai voltar a expressar quando voltarmos às nossas rotinas. Ele não

ficou mais fraco, pelo contrário, nós é que temos de nos tornar mais fortes e mais determinados. Todos queremos

que as escolas abram, mas no tempo certo, com um plano de desconfinamento seguro e claro para toda a

sociedade.

As escolas fizeram um excelente trabalho e é bom reconhecer o papel de todos os agentes educativos. Mas

a verdade é que só se conseguiram inverter os números e avançar para os indicadores atuais quando se

encerraram todos os equipamentos escolares, depois de uma grande resistência do Governo. O preço foi e é

demasiado alto.

Por isso, propusemos a revisão estratégica dos currículos e programas escolares, para garantir que as

aprendizagens dos alunos tivessem o menor prejuízo possível. O Partido Socialista votou contra.

A pressa é inimiga da perfeição e será o nosso pior inimigo, a seguir ao vírus. Depois do sacrifício de todos

e de todas, exige-se uma liderança eficaz, uma liderança que escuta, que define o melhor plano, e que tem a

firmeza de o manter perante as pressões. Uma liderança que sabe que um passo em falso pode deitar tudo a

perder.

Exige-se um plano que garanta a proteção dos mais idosos, uma vigilância sanitária rigorosa, que torne

impenetrável a entrada do vírus em todos os contextos onde se encontram estas pessoas, até que a vacinação

chegue a cada uma delas; um plano que responda às necessidades recorrentes da região Centro.

Os dados dizem que é no sexo feminino que se encontram maiores taxas de novas infeções, em todas as

faixas etárias, com maior impacto em mulheres com idade inferior a 50 anos. É preciso compreender se

correspondem a mulheres que não estão em teletrabalho, se são as que utilizam mais transportes públicos, se

é porque estão mais expostas ao vírus, para se poder prevenir e combater esta realidade.

Sabemos que as novas variantes foram detetadas, maioritariamente, em pessoas dos 40 aos 49 anos e em

faixas etárias abaixo destas. Sendo estas variantes mais transmissíveis, o plano tem de apresentar medidas

claras e concretas para estes grupos etários.

Mas é também preciso um plano para os transportes, um plano para a abertura faseada e gradual das

escolas, por níveis de escolaridade, integrando os agentes educativos nos grupos prioritários de vacinação. Um

plano que defina medidas em função do risco dos territórios, mais do que o risco de concelhos, com recursos

para uma monitorização apertada e uma capacidade de resposta imediata na deteção e contenção de casos.

Sabemos quais são as linhas vermelhas, já não há desculpas para apressar o desconfinamento, antes que

estejam totalmente asseguradas e controladas estas linhas. Seria muito irresponsável ceder a pressões antes

de isso acontecer. Comprometeria ainda mais as aprendizagens, a economia e o futuro que todos queremos

salvar. Não basta acreditar que vai correr tudo bem, é preciso fazer com que tudo corra bem.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs.

Deputados: De uma forma sintética, quero referir que este relatório corresponde ao período de 16 a 30 de janeiro.

E vale a pena, por isso mesmo, analisarmos cronologicamente, diria eu, aquilo que aconteceu imediatamente

antes e o que aconteceu durante este período.

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