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12 DE MARÇO DE 2021

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responsabilidades; porque não podemos deixar de defender todos aqueles que precisam da ajuda do Estado,

não permitindo que imperem preconceitos ideológicos ou discriminações sectárias; porque precisamos de

garantir que a cura chega a todos rapidamente, mas da forma correta, solidária e justa, primeiro aos que mais

precisam e depois aos menos frágeis, nunca compactuando com os que tentam atalhar caminho; porque

precisamos de assegurar que os apoios anunciados saem do papel e chegam ao bolso dos portugueses e que

se está a pensar no amanhã, na recuperação económica e social de um povo que hoje não está bem e que,

infelizmente, se prevê que possa faltar ainda muito para estar; porque é preciso distinguir entre os vários níveis

de impacto e agir em conformidade, pois há setores mais afetados do que outros. Pensemos na restauração, na

hotelaria, no turismo, nas atividades artísticas e recreativas, que estão há um ano de portas fechadas. Segundo

se prevê, poderão ser os últimos a abri-las.

O Estado não pode ficar indiferente a estas discrepâncias.

Recuemos ao primeiro confinamento, com um plano anunciado em três fases e que terminou com a economia

já de rastos e com a garantia de que o País não aguentaria um novo confinamento. E talvez não tivesse mesmo

sido preciso voltar a confinar, ou confinar por tanto tempo, se se tivesse agido mais cedo e não se mantivesse

a máxima de correr atrás do prejuízo.

Sabemos que o Governo é de reagir e não de prevenir, mas aqui impunha-se quebrar o paradigma e havia

guiões para o fazer. Os especialistas anteciparam, vezes sem conta, o que iria acontecer e apontaram o melhor

caminho a seguir. Chamou-lhe depois o Governo «falta de informação sobre a variante inglesa», mas ela já cá

estava antes do Natal e o Governo sabia disso.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.

Agora, a dias de um novo desconfinamento, o caminho é claro. Não há outro senão testar muito, rastrear em

tempo útil, isolar as cadeias de transmissão e, mais importante, vacinar o maior número de pessoas.

Portugal tem, neste momento, a Presidência do Conselho da União Europeia, que faça ouvir a sua voz.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, antes de continuarmos com as intervenções, cumpre-me informar que

estão 186 Sr.as e Srs. Deputados registados para efeitos de quórum, pelo que estamos em condições de

proceder às votações.

Tem a palavra para intervir o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:

Há precisamente um ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava a COVID-19 como uma pandemia

à escala global. Desde essa altura, mais de 2 milhões e 500 mil pessoas perderam a vida. No nosso País são

16 635 as mortes que temos a lamentar.

Um ano depois, a primeira palavra tem de ser para todas e todos aqueles que perderam familiares e amigos

e para o País, que lutou, de forma muito difícil, contra esta pandemia.

Sabíamos, como sabemos agora, que não ia ser fácil a luta contra a pandemia, um inimigo desconhecido

que nos desafiava nas formas de organização, nas respostas sociais e nas respostas à economia. E soubemos

agora aquilo que já tínhamos como certeza, que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um dos pilares

fundamentais da nossa vida em sociedade. Como estaríamos nós se não o tivéssemos, todos os dias, todas as

horas, a lutar para que não faltassem a ninguém os cuidados de saúde necessários?

Ao longo deste ano, fomos aprendendo como o vírus se move e como nos podemos defender dele. Na

verdade, a vacina, alcançada em tempo recorde, permite-nos agora também começar a ver uma luz ao fundo

do túnel. Aprendemos, ao longo deste ano, que há três verbos fundamentais para fazermos frente ao vírus:

testar, rastrear e vacinar. Mas há um verbo antes destes três: proteger.

Proteger todas e todos do vírus é a melhor forma de garantir que ele não se propaga e que não haverá uma

nova estirpe ao virar de qualquer esquina no mundo. Deste ponto de vista, vamos, então, àquilo que temos pela

frente, no momento em que o País anseia por um plano de desconfinamento. Essa é, creio eu, a primeira das

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