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I SÉRIE — NÚMERO 55

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um exemplo disso. Um pouco por todo o lado, nota-se ansiedade, descrença e falta de energia, a energia que

tanta falta nos vai fazer nesta hora de recuperar.

As famílias vivem angustiadas pelo confinamento e pelo medo, o medo do vírus, mas também o medo de

perder o emprego, o medo do dia em que acabarem as moratórias e o medo de verem os seus filhos perderem

anos de educação cruciais para o seu futuro.

Os mais jovens continuam sem poder brincar, socializar ou fazer desporto e interrogam-se se o futuro que

os espera merece o esforço que a recuperação das aprendizagens irá exigir.

As empresas, por seu turno, sobrevivem num estado vegetativo, sem horizontes de investimento nem de

retoma, a tentar navegar o labirinto dos apoios que não chegam, enquanto as contas do fisco continuam a

chegar.

Portugal está dormente e o Governo do PS embala o berço, preocupado com o poder que tem nas CCDR

(comissões de coordenação e desenvolvimento regional), com o poder que tem nas autarquias, com o poder

onde quer que possa ser exercido. O PS apenas quer exercer esse poder para o perpetuar, para satisfazer

clientelas e interesses, em vez de o fazer para que Portugal possa acordar deste torpor e sair da crise mais forte

e mais próspero.

Neste contexto, a gestão da pandemia continua desarticulada, desarticulada em si mesma, já que continua

a não haver ligação entre planos de desconfinamento, vacinação e testagem, e desarticulada também com as

necessidades da sociedade e da economia.

Neste sentido, o PRR, que será entregue em Bruxelas neste mês, corre o risco de ser uma oportunidade

perdida que futuras gerações não perdoarão. O Governo tem de assumir, de uma vez por todas, que este

processo de desconfinamento, de retorno gradual à normalidade, é o primeiro passo de um processo de

recuperação social e económica. E, nesse processo, os fundos que estarão disponíveis nos próximos anos são

mesmo uma oportunidade para Portugal poder mudar a estrutura da sua economia e do seu modelo de

desenvolvimento social e económico, mas para isso é fundamental que toda a sociedade, em especial a iniciativa

privada, seja mobilizada para entender a oportunidade que o PRR encerra.

Insistir na prioridade ao investimento público sem análises de custo-benefício, como o próprio mentor do PRR

já reconheceu, será um erro histórico. Portugal está dormente. Está na altura de Portugal acordar e voltar a

viver, mas não o fará em estado de emergência.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada não inscrita Joacine Katar

Moreira.

A Sr.ª Joacine Katar Moreira (N insc.) — A pobreza não é uma situação. A pobreza, em Portugal, é um ciclo

vicioso, exatamente porque constitui uma herança que passa de geração em geração e que tem sido difícil de

ultrapassar pela maioria da população. Falamos de salários baixos, de desconforto energético, de exclusão

social e habitacional, da dificuldade de acesso à habitação, de um emprego dignificante.

A pobreza é uma ação, ela não é só uma consequência. Aliás, ela é uma consequência de uma ação, porque

existe uma ação de empobrecimento da população quando, como apontou o último estudo, tanto os reformados

como os trabalhadores ou os desempregados se encontram, todos eles, em situações graves de vulnerabilidade

social.

Enquanto a OCDE recomenda o reforço dos apoios sociais na luta contra a COVID-19, eu recomendo que

façamos da luta contra a pobreza a prioridade número um na luta contra a COVID-19 e os seus efeitos, efeitos

esses que, obviamente, serão muito mais impactantes nos mais vulneráveis e nos mais necessitados.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

A Sr.ª Cristina Rodrigues (N insc.): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:

Os números relativos ao índice de transmissibilidade não são tão animadores quanto gostaríamos, mas, ainda

assim, temos o menor número de internados dos últimos sete meses, pelo que o plano de desconfinamento se

deve manter com prudência.

Desde logo, o teletrabalho deve continuar a ser promovido, desde que estejam garantidas as condições para

o seu exercício. Por exemplo, apesar da obrigatoriedade do teletrabalho, a ACT (Autoridade para as Condições

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