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I SÉRIE — NÚMERO 56

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Politicamente ativo antes e depois da Revolução dos Cravos, Jorge Coelho filiou-se no Partido Socialista em

1982, onde desempenhou as mais diversas funções e praticamente todos os cargos, exceto o de Secretário-

Geral, por opção, e onde se manteve como militante até à sua morte.

Jorge Coelho teve uma atividade profissional diversificada, conhecida por todos, um empenhado percurso

político, tendo desempenhado os mais relevantes cargos públicos. Começou, ainda muito jovem, em 1983, como

chefe de gabinete do Secretário de Estado dos Transportes do IX Governo Constitucional, Francisco Murteira

Nabo. Mais tarde, entre 1989 e 1991, foi Secretário Adjunto para a Educação e Administração Pública do

Governo de Macau.

Em 1995, no XIII Governo, liderado por António Guterres, assumiu o cargo de Ministro Adjunto, cargo que,

em 1997, acumulou com o de Ministro da Administração Interna. A ele se deve o lançamento em Portugal do

conceito da Loja do Cidadão. Em 1999, tomou posse como Ministro da Presidência e do Equipamento Social e,

em 2000, passou a Ministro de Estado e do Equipamento Social. Na sequência da queda da Ponte Hintze

Ribeiro, de Entre-os-Rios, em Castelo de Paiva, a 4 de março de 2001, pediu a demissão do Governo,

assumindo a responsabilidade política pelo acidente porque, para Jorge Coelho, ‘a culpa não pode morrer

solteira’.

Foi Deputado na V, VI, VII, VIII, IX e X Legislaturas, tendo sido Presidente da Comissão de Poder Local,

Ordenamento do Território e Ambiente.

Foi Conselheiro de Estado, eleito pela Assembleia da República, entre 2005 e 2009.

Em 2006, renunciou ao mandato de Deputado e abandonou todos os cargos partidários para se dedicar

exclusivamente à atividade profissional, assumindo, em 2008, o cargo de CEO do Grupo Mota-Engil.

Foi comentador no programa Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, posteriormente designado Circulatura

do Quadrado, quando transitou para a TVI24, onde foi substituído por mim própria a partir de setembro de 2020.

Jorge Coelho era uma pessoa singular. As suas muitas qualidades políticas e humanas — inteligência,

argúcia política, competência, capacidade organizativa e de trabalho, força anímica, alegria de viver,

sagacidade, sentido de responsabilidade — têm sido sublinhadas pelos inúmeros amigos de todas as idades e

quadrantes políticos. Era verdadeiramente exemplar na forma como cultivava a amizade e na sua genuína

capacidade de dar atenção aos outros, de estar próximo e de dizer ‘presente’, sem nunca regatear tempo nem

esforços.

Talvez por isso tenha partido cedo demais, mas deixa-nos um excecional legado, a memória de um político

com visão estratégica, de um amigo afetuoso, de um homem bom e uma imensa saudade.

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República manifesta o seu pesar pelo falecimento de

Jorge Coelho e transmite as condolências à sua filha, à sua mulher, ao seu genro, aos seus netos, à sua família,

a todos os amigos e, em particular, a este grupo parlamentar.»

O Sr. Presidente: — Antes de votarmos, queria apenas dizer que este é um voto a que me associo com

desgosto, mas com toda a responsabilidade.

Informo a Câmara de que estão presentes nas galerias a viúva, Cecília Coelho, a filha, Maria João Coelho,

o genro, Pedro Arrais, a irmã, Maria Teresa Coelho, e o ex-Deputado António Ramos Preto, a quem saúdo,

apresentando os meus pêsames.

Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Aplausos gerais, de pé.

Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que pediu para se associar a este

voto em nome do Governo.

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (Duarte Cordeiro) — Sr. Presidente, queria

apenas dizer que, naturalmente, o Governo se associa a este voto de pesar do Grupo Parlamentar do Partido

Socialista e que, obviamente, tem um respeito muito grande pela figura, pela história e por tudo o que significou

Jorge Coelho, quer para o Partido Socialista, quer para os Governos que o Partido Socialista liderou.

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