O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 70

34

a falar de matérias laborais, estamos a falar de exploração laboral e creio que é nesse quadro que as iniciativas

devem ser discutidas e não, Sr. Deputado, com todo o respeito, como se estivéssemos a discutir a proibição das

touradas.

Em terceiro lugar, gostaria de deixar aqui a ideia de que os direitos humanos e os direitos dos trabalhadores

migrantes são condição essencial deste debate. Nós não podemos discutir aquilo que tem sido a exploração de

muitos trabalhadores em contexto agrícola, mas não só, sem discutir a exposição das debilidades, que a

pandemia trouxe, e a necessidade de combater o discurso do medo e da exclusão relativamente aos

trabalhadores migrantes, discurso que, ainda hoje, foi reiterado e reforçado pelo Sr. Deputado André Ventura,

que dialoga com os partidos à direita para encontrar, nesta Assembleia, maiorias que o povo português não dá

e que, creio, não dará.

Portanto, nós não podemos proteger relações laborais sem protegermos os trabalhadores migrantes e

imigrantes como seres humanos, como trabalhadores que têm direitos sociais antes de serem trabalhadores e

como trabalhadores e pessoas a quem o Estado português reconhece esses direitos, desde logo o direito à

legalização, o direito ao Estado social, o direito a serem pessoas.

Em quarto lugar, precisamos de continuar — e continuaremos — a intervir sobre o mercado laboral. Os

Deputados do Partido Socialista que usaram da palavra antes de mim referiram aqui várias das medidas que

foram sendo apresentadas, ao longo dos últimos anos, em torno de direitos, em torno do reforço das condições

de contratação, em torno da limitação do recurso ao trabalho temporário. E outras medidas podiam ter sido

apresentadas, como a taxa de rotatividade excessiva por parte das empresas que a isso recorram, a limitação

do recurso aos contratos a termo, entre outras medidas, a responsabilidade subsidiária das empresas de

trabalho temporário, a legislação que foi promulgada há sensivelmente três semanas no âmbito da transmissão

do estabelecimento, onde muitas destas empresas também operam. O Partido Socialista e os partidos à sua

esquerda têm vindo a construir consensos sobre estas e outras matérias nesta Assembleia, e é nesse contexto

que queremos continuar a trabalhar, até porque necessidades temporárias de trabalho, que existem,

obviamente, sobretudo no mundo agrícola, não podem significar condições precárias para quem trabalha nesse

âmbito, respondendo àquelas que são as necessidades das empresas.

Por último, queria dizer que me parece muito relevante salientar que as alterações que aqui fizemos em 2016,

na anterior Legislatura, estabelecendo a responsabilidade subsidiária das cadeias de contratação, já levou a

443 condenações. Hoje, ouvimos o PSD dizer aqui que essa lei era uma lei ineficiente. Pois bem, com o apoio

do PSD não havia 443, havia zero condenações, porque não acompanharam essa intervenção e essa alteração

legislativa.

Aplausos do PS.

Protestos da Deputada do PSD Clara Marques Mendes.

Portanto, é neste contexto que queremos continuar a trabalhar.

São estas as linhas de força da visão do Partido Socialista que gostaria de deixar nesta referência final, tal

como gostaria de dizer que iremos, no âmbito da especialidade, continuar a trabalhar nestas matérias com os

partidos que as apresentaram.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem agora a palavra, também para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Lina Lopes.

A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Terminado o debate sobre estes projetos de lei e projetos de resolução do Bloco de Esquerda, do Partido Comunista Português e de Os Verdes, e tendo

ouvido com atenção todos os intervenientes, nas suas intervenções sobre o trabalho forçado, a exploração

laboral e o trabalho digno, gostava de recordar a todos que Portugal, no Governo do Partido Social Democrata

e do CDS, ratificou o Protocolo da Organização Internacional do Trabalho sobre o trabalho forçado ou

Páginas Relacionadas
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 70 4 A Sr.ª Secretária (Maria da Luz Rosinha): — Sr.
Pág.Página 4
Página 0005:
27 DE MAIO DE 2021 5 Odemira e as várias «Odemiras» do País são o retrato de um mod
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 70 6 A estes bloqueios somam-se dificuldades processuais. A
Pág.Página 6
Página 0007:
27 DE MAIO DE 2021 7 Aprovámos e instituímos mecanismos judiciais e instrumentos ju
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 70 8 O Bloco de Esquerda apresenta este projeto de lei, em
Pág.Página 8
Página 0009:
27 DE MAIO DE 2021 9 O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Havia um inspetor do tr
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 70 10 A realidade da precariedade, da arbitrariedade e da v
Pág.Página 10
Página 0011:
27 DE MAIO DE 2021 11 Se foram, assim, dados passos relevantes na seletividade e fo
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 70 12 O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Eles é que exp
Pág.Página 12
Página 0013:
27 DE MAIO DE 2021 13 A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Mais, Sr.ª Deputada, o PSD e o
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 70 14 substancialmente, nem contratos a prazo, nem contrato
Pág.Página 14
Página 0015:
27 DE MAIO DE 2021 15 Vicentina. E depois da destruição que ali está, o que é que l
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 70 16 permitiriam termos uma outra natureza e uma outra tem
Pág.Página 16
Página 0017:
27 DE MAIO DE 2021 17 Sr. Deputado, a única coisa que soube dizer, relativamente a
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 70 18 é isso mesmo que temos de fazer agora: voltar atrás,
Pág.Página 18
Página 0019:
27 DE MAIO DE 2021 19 Foi por isso que, também em 2017, pela mão do Partido Sociali
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 70 20 superou largamente a média de cerca de 300 pedidos se
Pág.Página 20
Página 0021:
27 DE MAIO DE 2021 21 A Sr.ª Fernanda Velez (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. D
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 70 22 A Sr.ª Constança Urbano de Sousa (PS): — Portanto, en
Pág.Página 22
Página 0023:
27 DE MAIO DE 2021 23 O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para uma interve
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 70 24 Sabemos também que os proprietários não alteraram as
Pág.Página 24
Página 0025:
27 DE MAIO DE 2021 25 … em vez de se preocuparem com a falta de atuação do Governo,
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 70 26 O Sr. Jorge Costa (BE): — Nota-se! A S
Pág.Página 26
Página 0027:
27 DE MAIO DE 2021 27 Odemira, para perceber qual é a realidade daquelas estufas. D
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 70 28 A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Anda distraído!
Pág.Página 28
Página 0029:
27 DE MAIO DE 2021 29 Aplausos do PS. O Sr. Presidente (Fernando Negr
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 70 30 Como sabe, estamos ambos na Comissão de Agricu
Pág.Página 30
Página 0031:
27 DE MAIO DE 2021 31 O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para uma intervenção, t
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 70 32 entanto, estas operações revelam-se insuficientes par
Pág.Página 32
Página 0033:
27 DE MAIO DE 2021 33 Mais: combatemos o défice de qualificação dos portugueses com
Pág.Página 33
Página 0035:
27 DE MAIO DE 2021 35 obrigatório, em junho de 2014, em conjunto com 50 Estados-Mem
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 70 36 aqui teve: o problema não é o fazendeiro, o problema
Pág.Página 36
Página 0037:
27 DE MAIO DE 2021 37 Para terminar, o Governo primou pela sua ausência no debate.
Pág.Página 37