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21 DE MAIO DE 2021

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Uma decisão destas, tomada à revelia do Parlamento, só pode ser uma tentativa desesperada de salvar a

pele do Ministro Eduardo Cabrita. Ou seja, um assunto desta importância não é tratado como um assunto de

Estado, mas como mais uma manobra de controlo de danos. Tudo isto à margem do Parlamento.

Este não é caso único, este é o modo de funcionamento do Governo que temos. É um Governo que não

cumpre as recomendações da Assembleia da República, não regulamenta as leis nos prazos devidos, não

cumpre o Orçamento do Estado e esquiva-se às questões colocadas pelos Deputados.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Deputado Telmo Correia, o esclarecimento que queria pedir é no sentido de saber se o CDS não concorda que o Governo do Partido Socialista, de tanto eliminar os freios e

ignorar os contrapesos, está a minar os alicerces da democracia liberal.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Carlos Peixoto, do Grupo Parlamentar do PSD.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Telmo Correia, pode ficar descansado: o PSD diz hoje aquilo que disse ontem, ou

seja, que esta matéria deve ser discutida e votada no Parlamento. Portanto, sobre isto estamos entendidos.

Mas aquilo que acho que este debate vai revelar, depois desta introdução inicial — e não me levem a mal

pela força das palavras, mas estamos a falar de política, não estamos a pessoalizar —, é que o País tem um

Ministro da Administração Interna que é politicamente inimputável…

O Sr. Ascenso Simões (PS): — Oh!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — … e tem um Primeiro-Ministro que é politicamente perverso. Desculpem a expressão, é mesmo assim.

Digo isto por uma razão. O Sr. Ministro, até hoje, já se meteu em inúmeras trapalhadas, mas a verdade é

que nada — nada! — nem ninguém o atrapalha.

Bem pode o Sr. Deputado Telmo Correia elevar aqui a sua voz, bem pode toda a oposição apontar baterias

ao Sr. Ministro contra as suas falhas e contra as suas irresponsabilidades, mas, olhe, é para o lado em que o

Primeiro-Ministro dorme melhor. É mesmo para o lado em que dorme melhor, porque, enquanto o País faz do

Ministro da Administração Interna uma espécie de saco de boxe, o Primeiro-Ministro salva a sua pele, sacode

a água do capote.

E esta é que é a perversidade do Dr. António Costa, do Primeiro-Ministro, porque não interessa nada que

alguém esteja a ser imolado ao seu lado, não interessa nada isso, o que interessa é que não seja ele próprio.

O Sr. Ministro está transformado num mártir — num mártir! E, com isto, o Sr. Primeiro-Ministro vai

passando ao lado e vai passando entre os pingos da chuva: começando pelo desmantelamento do SEF,

passando pelo dossiê SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), pelo

braço-de-ferro com os bombeiros, pelas golas inflamáveis, pelo caso do aeroporto, pela requisição civil no

Zmar, pelos festejos do Sporting.

Risos do Deputado do PCP António Filipe.

Este impressionante somatório de inabilidades políticas em nada fez tremer o Sr. Ministro. Portanto, o Sr.

Primeiro-Ministro mantém o Sr. Ministro sempre em pé.

Sr. Ministro, os casos são tantos e tantos que a culpa de tudo isto já não é sua, acredite, não é sua. Talvez

seja a maior vítima! A culpa já não é sua, é do Sr. Primeiro-Ministro, que diz que o Sr. Ministro é excelente e

que entende mantê-lo no cargo.

Aplausos do PSD.

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