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I SÉRIE — NÚMERO 74

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«Faleceu, no passado dia 19 de maio, aos 94 anos, em Paris, António Coimbra Martins, destacado escritor,

diplomata, político e intelectual e um dos fundadores do Partido Socialista.

Nascido em Lisboa, em janeiro de 1927, a sua vida académica, profissional e política foi marcada pela

diversidade. Formado em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, foi professor do ensino secundário

e leitor de português nas Universidades de Montpellier, Aix-Marselha e Paris, tendo, depois, ingressado como

assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, onde regeu a cadeira de Literatura Francesa.

Em 1965, em Paris, foi o responsável pela criação, através da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro

Cultural Português.

Dividiu a sua vida entre Portugal e França, tendo ambos os países partilhado do seu talento e reconhecido o

seu mérito.

Em 1997, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e o Governo francês

atribuiu-lhe o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.

A adesão à Ação Socialista Portuguesa, em 1964, e a fundação do Partido Socialista são dois momentos

incontornáveis na sua vida política.

Logo após o 25 de Abril, viria a ser designado responsável pelos trabalhos da delegação portuguesa

encarregada de preparar a reinserção de Portugal na UNESCO (Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura). Ainda em 1974, foi nomeado embaixador de Portugal em Paris e a sua

atuação, no âmbito da diplomacia, salientou-se particularmente nas negociações decisivas que envolveram o

processo de integração portuguesa na Europa, a abertura das relações diplomáticas com a China e o início de

uma política inovadora em relação à emigração portuguesa em França, onde seria eleito Deputado pelo círculo

da Emigração (Europa) pelo Partido Socialista, em 1983.

Foi titular da pasta do Ministério da Cultura no IX Governo Constitucional, em Portugal, e foi Deputado pelo

círculo de Vila Real, em 1985. Foi, ainda, Deputado ao Parlamento Europeu, de 1986 a 1994, integrando o

Grupo Socialista no Parlamento Europeu.

António Coimbra Martins permanecerá, para sempre, na história do Partido Socialista, não só como seu

fundador, não só como símbolo da luta incansável pela liberdade, mas também como um prestigiado intelectual

que dedicou a sua vida também à projeção da cultura portuguesa.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pelo

falecimento de António Coimbra Martins, transmitindo à sua família e amigos as mais sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Secretária Maria da Luz Rosinha. O Presidente da Assembleia da República associa-se a este voto.

Vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acabou de ser lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Passamos ao Projeto de Voto n.º 590/XIV/2.ª (apresentado pelo PCP e subscrito por uma Deputada do PS)

— De pesar pelo falecimento do Coronel Diniz de Almeida.

O Presidente da Assembleia da República também se associa a este voto. Estão, aliás, presentes nas

galerias o filho e a filha do Coronel Diniz de Almeida.

Peço à Sr.ª Secretária Helga Correia o favor de ler este voto.

A Sr.ª Secretária (Helga Correia): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor: «Faleceu, aos 76 anos, o Coronel de Artilharia Eduardo Diniz Santos Almeida, um dos mais destacados

militares de Abril.

Nascido em Lisboa, em 7 de julho de 1944, Diniz de Almeida participou ativamente no Movimento das Forças

Armadas (MFA) desde a sua fase conspirativa, nomeadamente na reunião de oficiais de Évora.

Em 25 de abril de 1974, comandou uma coluna militar saída da Figueira da Foz com destino a Lisboa, tendo

parte dessa coluna sido encarregue de libertar o Forte de Peniche.

Aquando da tentativa golpista de 11 de março de 1975, teve um papel decisivo na resposta ao

bombardeamento e cerco da sua unidade, em Lisboa (RAL1).

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