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I SÉRIE — NÚMERO 78

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Os indicadores em que estamos mais mal posicionados são a competência do Governo e a justiça. No que

respeita à capacidade de atração e retenção de talentos, estamos em 49.º lugar num total de 67 países.

O País precisa de mudar políticas para melhorar e tornar mais eficiente a justiça, ter e manter talentos em

Portugal, o que não acontecerá, obviamente, com políticas de baixos salários, de precariedade e com a prática

de investirmos na educação dos nossos jovens para depois os empurrarmos para fora do País e não

aproveitarmos as suas capacidades.

Aplausos do PAN.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Hugo Carvalho, do PSD.

O Sr. Hugo Martins de Carvalho (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados: Duas décadas perdidas e uma sociedade bloqueada, sem ambição; 26 anos com quase 20 de socialismo, que

deixaram para o futuro as ferramentas erradas, um País que não cresce e uma dívida monstruosa. Endividámo-

nos muito mais do que o que produzimos e, mesmo assim, não conseguimos melhorar.

Reinou a política da distribuição, que sustentou cada vez mais dívida e vai destruindo a classe média, que

trabalha cada vez mais para sustentar a carga fiscal, continuando a empobrecer. Tudo em nome de um pretenso

combate à desigualdade, que não gera igualdade e apenas vai mantendo tudo no mesmo nível, novas gerações

condenadas ao salário mínimo ou aos jovens dos 1000 € e um País no primeiro lugar dos que pedem dinheiro

à Europa porque estão na Europa há 30 anos e, mesmo assim, não conseguiram melhorar.

A solução: se formos competitivos, pagamos a dívida; se não formos, afundamo-nos nela. Portanto, porquê

comprar em Portugal, porquê investir em Portugal, porquê produzir em Portugal? — são as questões a que

temos de responder.

De 2009 a 2013, Portugal passou de um País em que se dizia ser impossível exportar para um País

exportador. Quem o fez? Os agentes económicos, que, pela primeira vez em muitos anos, reagiram a um

conjunto muito diferente de incentivos. E sejamos claros: fizeram pela vida quando o dinheiro do Estado acabou;

deixou de se dizer que o Estado compra tudo, que os investimentos privados de grande dimensão seriam

alavancados em projetos de assistencialismo estatal não produtivo. Afinal, era fácil: se o Estado compra tudo,

para quê vender lá fora?

Portugal saiu da crise porque exportou, porque criou valor, riqueza, empregos melhores, ainda que com o

preço social que ainda hoje estamos a pagar pela situação em que fomos deixados pelo Partido Socialista.

Se nem toda a dívida é má, é porque hoje Portugal forma jovens de grande qualidade, porque investimos em

infraestruturas rodoviárias, porque temos segurança, estamos localizados no centro do mundo ocidental,

estamos na União Europeia e tudo isso é importante para captar investimento. Mas não somos os únicos países

assim. Precisamos de nos diferenciar, com energia e transição digital.

Temos sido um País exportador de serviços, de conhecimento, e o melhor caminho que temos para a

competitividade é a tecnologia, os dados, machine learning, que possam reformular setores como a agricultura,

a saúde ou a educação; é aproximar as nossas empresas do mundo e ter empresas com dimensão para competir

a nível europeu e a nível global.

Hoje, pedir a alguém para instalar um negócio num sítio sem 5G é como pedir para instalar uma loja de

gravatas no deserto. E que pena tenho — eu e os empresários deste País — de estar num dos três países da

Europa que ainda é esse deserto.

A transformação digital do Governo é um PowerPoint, ou até um acetato, um programa de compras públicas

e gastos do Estado, sem qualquer visão reprodutiva nem empresarial.

O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Muito bem!

O Sr. Hugo Martins de Carvalho (PSD): — Hoje, novas soluções tecnológicas assentes em blockchain consomem mais energia por ano do que países inteiros.

A aposta na energia renovável descentralizada, nos consumos racionais, devia ser clara para um País que

desperdiça dinheiro em hidrogénio verde e em que o marasmo da Administração Pública para instalar energia

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