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19 DE JUNHO DE 2021

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«António Torrado, um dos mais reconhecidos escritores do panorama da literatura portuguesa

contemporânea para crianças e jovens, faleceu no passado dia 11, aos 81 anos.

Poeta, dramaturgo, argumentista, ficcionista e autor de manuais escolares, António Torrado nasceu em

Lisboa, em 1939, licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra e começou a publicar contos para a

infância com apenas 18 anos.

António Torrado, uma das figuras de maior relevo da nossa literatura do pós-25 de Abril, foi professor do

ensino secundário e esteve ligado ao universo editorial e pedagógico.

Fundou uma escola infantil e básica, pioneira em Portugal, do Movimento da Escola Moderna (técnicas

Freinet) e foi professor de literatura infantil na Escola de Educadores de Infância de Lisboa.

Em 1974, ingressou na RTP como chefe do Departamento de Programas Infantis. Deu cursos de formação

de professores em Portugal, Guiné-Bissau, Angola e em Cabo Verde; colaborou em jornais e revistas, como O

Professor, Vida Mundial, África e Vértice, entre outras, e dirigiu o suplemento infantil Moinho de Vento, do jornal

A Capital, entre 1968 e 1972.

Como poeta, está representado em diversas antologias.

Foi sócio fundador da Associação Portuguesa de Escritores, do Instituto de Apoio à Criança e da Sociedade

Portuguesa de Autores, Membro da Associação Internacional de Críticos Literários e responsável pela cadeira

de escrita dramatúrgica da Escola Superior de Teatro e Cinema.

António Torrado, detentor de uma capacidade imaginativa invulgar, escrevendo com a simplicidade de um

contador de histórias, dedicou aos mais novos o melhor da sua escrita e muito do seu tempo e talento.

Da sua vasta obra, com mais de uma centena de livros traduzidos em várias línguas, sobressai a produção

literária para crianças, amplamente galardoada em Portugal e no Brasil.

Entre muitos outros prémios, António Torrado foi galardoado quatro vezes com o Grande Prémio Gulbenkian

de Literatura para Crianças e Jovens: em 1980, com o livro Como se faz cor-de-laranja; em 1984 com O livro

das sete cores; em 1996, com O mercador de coisa nenhuma, e em 1988, com As estrelas – Quando os reis

eram príncipes.

Em 1984, recebeu o Prémio de Teatro Infantil da Secretaria de Estado da Cultura.

Nos anos de 1974 e 1996 alguns dos seus livros foram incluídos na Lista de Honra do IBBY – Internacional

Board on Books for Young People.

Foi o candidato de Portugal ao Prémio Hans Christian Andersen em 2000 e 2014 e, em 2013, António Torrado

foi nomeado para mais um importante prémio na área da literatura infantojuvenil, o Astrid Lindgren Memorial

Award (ALMA).

Neste momento em que Portugal perde um maravilhoso contador de histórias que possuía o dom da

imaginação, da palavra, da escrita, da poesia, da beleza e do humor, a Assembleia da República manifesta o

seu mais profundo pesar pelo falecimento de António Torrado, endereçando à sua família e amigos as mais

sinceras e sentidas condolências por tão grande perda.»

O Sr. Presidente: — O Presidente da Assembleia da República associa-se também a este voto de pesar.

Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Srs. Deputados, na sequência dos votos que acabámos de aprovar, vamos guardar 1 minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

Srs. Deputados, passamos ao Projeto de Voto n.º 608/XIV/2.ª (apresentado pelo PAR e subscrito por

Deputados do PSD e do CDS-PP, pelas Deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira,

por Deputados do PS, do BE e do PAN) — De saudação a António Guterres, que vai ser lido pela Sr.ª Secretária

Maria da Luz Rosinha.

A Sr.ª Secretária (Maria da Luz Rosinha): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte

teor:

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