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I SÉRIE — NÚMERO 5

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A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Discutimos hoje 27 projetos de

resolução, seis deles do CDS, recomendando, como aqui foi dito, obras em várias escolas do norte e centro do

País.

As escolas do ensino básico e as escolas do ensino secundário estão, em muitos casos, a atingir o fim da

sua vida útil, 30 a 40 anos, e, por isso, embora tenham sido feitas obras pontuais, de manutenção e também,

como aqui já foi dito, de remoção do amianto, a verdade é que isso não é suficiente para as manter em

condições.

Bem sabemos que as pedras não ensinam, mas também sabemos que se chove dentro da sala de aula, se

não há ginásios, se não há laboratórios, se há frio, as aprendizagens não podem acontecer.

Portanto, compreendendo que não se possam fazer as obras na totalidade do parque escolar de uma só vez,

é preciso uma muito maior velocidade no que tem sido feito até aqui e é preciso, sobretudo, um mapeamento e

um plano de ação que não dependa do partido do autarca, da existência de uma câmara de televisão ou de uma

petição cheia de assinaturas, mas parta, sim, de uma justa ponderação das necessidades efetivas no terreno.

Assim, o CDS acompanhará todos estes projetos de resolução.

Sr.as e Srs. Deputados, uma vez que esta é a minha última intervenção em Plenário, se o Sr. Presidente da

Assembleia da República me permitir, gostaria de vos dirigir algumas palavras.

As primeiras, mais pessoais, têm que ver com o que me tem vindo à memória nos últimos tempos, nas últimas

semanas, e que constam de um livro, que é muito importante para mim, e que diz — vou parafrasear — mais ou

menos, isto: «Combati um bom combate, completei a tarefa e guardei a esperança.»

Acho que isto reflete bem o estado de espírito em que me encontro agora. Acho que sim, que combati um

bom combate, com todas as minhas, muitas, limitações, mas também com o meu empenho e a minha inteireza.

Acho que sim, que completei a tarefa ou, pelo menos, completo-a agora. E, acho que sim, espero guardar esta

esperança e esta inquietação que me trouxeram até aqui noutros lugares para onde eu vá.

Claro que este combate não se faz sozinho e, por isso, gostava de agradecer, em particular — e espero que

compreendam —, ao meu grupo parlamentar por tudo, aos Srs. Deputados Telmo Correia, Cecília Meireles,

João Almeida e Pedro Morais Soares e a todos os outros que me acompanharam ao longo destes seis anos, e,

claro, a todos os que trabalham no Grupo Parlamentar do CDS que tornam possível que haja este combate.

Também não posso, e perdoar-me-ão, não deixar de deixar uma palavra para o Dr. Paulo Portas, que é

corresponsável por me terem trazido para aqui. Lá viu ele qualquer coisa que fazia sentido e pôs-me nas listas

e foi graças a isso que pude ter o privilégio de exercer esta função.

Por último, recupero hoje aquilo que senti no primeiro dia que entrei neste Hemiciclo: o peso da história, o

eco das palavras que aqui foram ditas ao longo dos tempos e que marcaram o rumo da história de várias

maneiras. Olho para estas figuras que aqui nos acompanham e que olham para nós — a Verdade, a Eloquência,

a Constituição e a Justiça — e, agora, já não como Deputada, mas como cidadã, a minha nova condição, a

minha condição prevalecente, o que vos peço é que realizem este potencial de representação dos cidadãos,

cidadãos como eu, que encarnem e que respeitem a estatura desta instituição, sempre que puderem,

dignificando-a.

A todos, a tantos amigos que aqui fiz, a tantas pessoas com quem reuni, a tantas instituições, aos cidadãos

que represento, ou que representei até hoje, dirijo o meu profundo respeito democrático e um enorme

agradecimento por estes seis anos.

Muito obrigada.

Aplausos do CDS-PP, do PS, do PSD e da Deputada não inscrita Cristina Rodrigues, de pé, e do BE, do CH

e da Deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, como já tive ocasião de lhe transmitir, lamento muito a

sua decisão, que respeito obviamente — outra coisa não poderia fazer —, mas quando se renuncia a um

mandato de Deputado é por razões muito fortes, imperativas, sejam políticas ou pessoais.

Mas, sejam quais forem essas razões, a Sr.ª Deputada vai fazer-nos muita falta aqui, porque sempre foi muito

profissional e muito qualificada nas suas intervenções em defesa da sua bancada e sempre teve também uma

relação muito cordata com todos os Deputados desta Casa, de todos os grupos parlamentares, da esquerda à

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