O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22 DE OUTUBRO DE 2021

45

O Sr. André Coelho Lima (PSD): — Honrar a sua própria história e a importância fundamental que Mário Soares teve nesse momento histórico português, designadamente nas ligações internacionais com Inglaterra.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Se me permitem, ao falar do 25 de Novembro lembrei-me que, há muitos anos, em 2006, fiz um discurso,

no 25 de Abril, em Guimarães, na minha terra, na Assembleia Municipal. E disse, na altura, isto: «Invocar a

democracia é recordar que esta não consente donos e não permite exclusões, reclamar a propriedade de

valores e alegar a paternidade exclusiva de um regime é pura exibição de arrogância. Ao celebrar a

democracia é forçoso que seja lembrada a importância de figuras como Mário Soares, Francisco Sá Carneiro

ou Freitas do Amaral, que impediram que Portugal se tivesse transferido de um extremo para o outro,…»

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. André Coelho Lima (PSD): — «…mantendo apenas a afinidade ditatorial. É forçoso lembrar que foi também no 25 de Novembro de 1975 que se consolidou o 25 de Abril de 1974, escancarando-se a partir daí as

portas da democracia e da liberdade.»

Ou seja, teve graça lembrar-me de ter feito esta intervenção há 15 anos, que, no fundo, hoje, posso trazer

à atualidade. E posso verificar a coerência destas palavras face àquilo que são as minhas e as nossas

convicções ainda hoje.

Por isso, aquilo que é importante é o seguinte: ponto um, a história não se refaz, ela é como é; ponto dois,

vamos relativizar a importância dos diferentes momentos, porque se o 25 de Novembro consolidou a

democracia, ela foi conquistada a 25 de Abril. E se Portugal comemora o 25 de Abril, não vemos necessidade

de comemorar adicionalmente o 25 de Novembro, apesar disto que acabámos de dizer.

Quando é que se fundou Portugal? Em 24 de junho de 1128, na batalha de S. Mamede? Será que foi a 5

de outubro de 1143, no Tratado de Zamora? Será que foi a 23 de maio de 1179, na Bula Manifestis Probatum?

Realmente até foi nesta data, mas sem as outras não tinha acontecido esta.

Portanto, o PSD está confortável com a importância que o Estado português dá ao 25 de Abril, porque

consideramos que essa importância integra a importância que inequivocamente teve o 25 de Novembro.

Dito isto, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, queria dizer o seguinte: só lamentamos que estes temas

sirvam para uma espécie de um braço de ferro político onde se procura exibir o que desune em vez de se

procurar o que une.

É uma posição na qual o PSD não está, porque está confortável com a enormíssima importância do 25 de

Abril e com a enormíssima importância do 25 de Novembro.

Achamos, claramente, que aquilo de que a democracia portuguesa precisa é de não estar a discutir temas

e datas que, porventura, nos dividem. Aquilo de que precisa a democracia portuguesa é que os partidos

procurem aquilo que nos une, que procurem entendimentos, ao invés de procurar desentendimentos. E é

neste papel de moderação e de não ver apenas uma parte ou uma página da história, mas de ver as páginas

todas, de não negligenciar nunca — pelo contrário, honrar — a importância do 25 de Novembro, que o PSD

está confortável a festejar o 25 de Abril, que foi, efetivamente, a data da liberdade em Portugal.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Na sequência de várias intervenções, acho que é lúcido perguntarmos sobre o que é que versa verdadeiramente este debate, porque,

tanto quanto nos é dado compreender, ninguém nega o relevo do 25 de Novembro na história de Portugal

contemporânea.

Páginas Relacionadas
Página 0049:
22 DE OUTUBRO DE 2021 49 O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado T
Pág.Página 49
Página 0050:
I SÉRIE — NÚMERO 14 50 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E a Ordem da Liberdad
Pág.Página 50