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I SÉRIE — NÚMERO 14

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Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A 25 de Abril de 1974 caiu um regime que já pouco dava aos portugueses, mas foi a 25 de Novembro que o 25 de Abril se cumpriu plenamente.

O que aconteceu a 25 de Novembro foi não só a restauração da liberdade como a sua efetivação plena, do

sonho que tinha sido uns meses antes o pensamento dos militares de Abril. Não há 25 de Abril sem 25 de

Novembro.

Por isso, Sr. Deputado Telmo Correia, talvez a nossa proposta seja um pouco mais ambiciosa do que a

proposta do CDS. Nós queremos um feriado a 25 de Novembro e uma sessão evocativa a 25 de Novembro.

Se não fosse o 25 de Novembro, provavelmente, hoje o Parlamento acabaria nesta linha que está aqui à

minha frente. Nada disto existiria neste Parlamento e acho que todos, à esquerda e à direita, reconhecem a

importância do pluralismo e da liberdade na sociedade em que vivemos hoje.

O que aconteceu a 25 de Novembro foi a efetivação plena do que teria sido o 25 de Abril que não tivesse

originado o PREC, que não tivesse originado a contenção e a eliminação da economia liberal, que não tivesse

acabado com as liberdades e que não tivesse proposto o fim da liberdade de imprensa. A 25 de Novembro

efetivámos, com a memória e a história de muitos, como do Presidente Ramalho Eanes, a História de Portugal

tal como a celebramos hoje, em democracia.

Alguns dizem que a história é divisiva e que, por isso, não devemos celebrar datas divisivas. Mas celebrar

o 25 de Abril sem o 25 de Novembro é dizer a uma parte do País que está errada e à outra parte que está

certa.

Quando todos celebramos a liberdade devemos fazê-lo por todos e para todos e não apenas para uma

parte da sociedade que, no 25 de Abril ou no 25 de Novembro, conseguiu triunfar. Este Parlamento é de todos,

de todos os portugueses que se reviram ou não no 25 de Abril e no 25 de Novembro. É de todos, daqueles

que gostaram e dos que gostaram menos. É daqueles que estão lá fora, dos que gostam e dos que não

gostam das forças políticas que aqui estão.

Dizer «sim» ao 25 de Novembro é dizer «sim» ao enorme pluralismo que há hoje na sociedade portuguesa,

é exigir e ter coragem de fraturar com a extrema-esquerda mais agressiva que temos em Portugal e que quer

fazer um revisionismo histórico que nunca se viu na nossa história; é termos a coragem de dizer que é por

essa liberdade que estamos aqui hoje e é por essa liberdade que podemos celebrar a democracia portuguesa.

Sr. Presidente, vou terminar esta intervenção pedindo o seguinte: nós estamos há décadas a olhar para o

25 de Novembro com imensos fantasmas históricos. Este é o momento de olharmos para o 25 de Novembro

como um episódio de liberdade e luta, que todos, da esquerda à direita, podemos celebrar, juntos, por um País

melhor. Fazer o contrário é dizer que uns estavam errados e outros certos.

Quero continuar a acreditar que em democracia há lugar para todos, mesmo quando estão errados, mesmo

quando acho que uma grande parte das nossas forças políticas de hoje está errada. A democracia é de todos

e é para todos que a devemos fazer.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Celebrar o 25 de Novembro com um feriado e uma sessão evocativa é fundamental para assumirmos a democracia em Portugal.

Aplausos do Deputado do CDS-PP Miguel Arrobas.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem agora a palavra, pelo Iniciativa Liberal, o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para aqueles que acham que se temos hoje uma democracia liberal isso não se deve ao 25 de Novembro, lembro só esta efeméride: no

próximo dia 12 de novembro vão passar-se 46 anos desde que esta Assembleia foi sequestrada. Um órgão de

soberania sequestrado por sindicatos controlados pelo PCP, que nunca digeriu ter tido só 12% nas primeiras

eleições democráticas, as desse ano. Quem vos dera agora ter esses 12%!

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