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I SÉRIE — NÚMERO 14

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O Sr. Nelson Silva (PAN): — Mais uma vez sublinho e subscrevo as palavras do Sr. Deputado João Oliveira, quando diz que o 25 de Abril é uma das mais luminosas épocas da história do nosso País. Sem

dúvida alguma!

O 25 de Abril iniciou um processo verdadeiramente revolucionário, mas também originou, obviamente, um

forte período de instabilidade, que culminou no Verão Quente de 1975. Mas era necessário fazer este

processo, senão nunca teríamos saído da cepa torta em que estivemos durante o período do Estado Novo.

Para o PAN, o 25 de Novembro marcou, efetivamente, o fim desse período de instabilidade, por isso, é

parte integrante do processo revolucionário iniciado pelo 25 de Abril.

No entanto, voltando a falar das questões das propostas apresentadas, pensamos que a sessão evocativa

ou solene do 25 de Novembro até poderia fazer algum sentido, mas, para nós, seria muito mais importante

termos, de facto, uma sessão evocativa ou solene, neste Parlamento, para celebrar o dia 2 de abril de 1976, o

dia da aprovação da Constituição da República Portuguesa.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nelson Silva (PAN): — Isso, sim, faria muito mais sentido esta Assembleia celebrar. Por último, a proposta do CDS recomenda consagrar com a Ordem da Liberdade as principais figuras do

25 de Novembro.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Pois é! Mário Soares!

O Sr. Nelson Silva (PAN): — Na realidade, isso já foi feito. As principais figuras do 25 de Novembro de 1975 já têm essa condecoração e, por isso, consideramos não ser minimamente necessária.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra, pelo PSD, o Sr. Deputado André Coelho Lima.

O Sr. André Coelho Lima (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começando por falar do tema que nos trouxe a este debate, que é o 25 de Novembro e um conjunto de propostas relativas ao 25 de

Novembro, atrevia-me a dizer que a quase totalidade da intervenção do Deputado João Oliveira poderia servir

para fundamentar as propostas apresentadas pelo CDS.

É que há factos históricos que são inolvidáveis e quando queremos olhar para a história como um todo não

podemos olhar para parte da história e não olhar para toda ela.

Leio um texto curtíssimo da historiadora insuspeita Raquel Varela, que diz: «No contexto da crise das

Forças Armadas,…»

O Sr. João Oliveira (PCP): — Insuspeita, insuspeita, mas…

O Sr. André Coelho Lima (PSD): — Insuspeita! Diz o texto: «No contexto da crise das Forças Armadas, a aliança do PS, do Grupo dos Nove e de toda a

direita procurou criar uma direção sólida e organizou e preparou um golpe militar que vai dar-se no dia 25 de

Novembro de 1975, iniciando a consolidação do regime democrático, liberal, em Portugal». Foi isto que

começou a 25 de Novembro. Mas foi isto que se conquistou a 25 de Abril.

Aliás, queria dizer uma coisa muito clara: se foi dito pelo Sr. Deputado André Ventura que o 25 de Abril é

«de parte», pois não sei de que parte é. É do PSD de certeza absoluta. O 25 de Abril é também do PSD, como

é vosso e daqueles que o considerem seu. É de Portugal.

Mas vamos pôr a história como ela é, e é exatamente como disse o Sr. Deputado Telmo Correia: o 25 de

Novembro é decisivo no processo democrático nacional. Não querer assumir isto é não querer ver a história

como ela é. É o Partido Socialista não querer honrar a sua própria história.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente, a sua própria história!

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