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I SÉRIE — NÚMERO 15

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vencer e as lições e os ensinamentos que a experiência traumática do último ano e meio trouxeram para as

portuguesas e para os portugueses.

Não obstante, a pandemia não foi ainda ultrapassada — é importante reconhecê-lo —, nem se sabe

quando o será, havendo ainda muito a fazer, nomeadamente quanto à democratização da vacina pelo mundo,

conforme tem alertado o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, o que permitirá salvar vidas,

minorar o sofrimento e evitar o surgimento de novas variantes do vírus, ‘Em memória do que cada um viveu,

para sublinhar o luto coletivo, afirmar a esperança que nos move e homenagear as vítimas da pandemia’,

como se pode ler no manifesto da Jornada de Memória e Esperança, à qual a Assembleia da República se

associa através do presente Voto de Solidariedade.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, presta homenagem a todas as vítimas da COVID-

19 e transmite a sua solidariedade a todos quantos foram afetados pelas suas consequências, reconhecendo,

em simultâneo, e no quadro da Jornada de Memória e Esperança, o esforço, a dedicação e o profissionalismo

de todos os envolvidos no combate à pandemia, muito em especial aos profissionais de saúde, sem os quais

não teria possível minorar o sofrimento e a dor de tantos, nem contrariar os seus efeitos mais nefastos.»

Informo que estão também presentes nas galerias um grupo de ativistas e a Associação Protetora dos

Diabéticos de Portugal.

Para intervir neste ponto, está já inscrito o Sr. Deputado João Oliveira, do Grupo Parlamentar do PCP.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Permitam-me que comece por saudar os promotores desta iniciativa de origem cidadã, a Jornada de Memória e Esperança.

Em primeiro lugar, esta Jornada interpela-nos de forma solidária para que reconheçamos que este

problema da COVD-19 não está ainda ultrapassado e que há, no mundo, povos que sofrem ainda com todos

os dramas pessoais, familiares, económicos, sociais que a COVID-19 trouxe, pelo facto de os seus países não

terem tido ainda acesso à vacina para poderem debelar este problema de saúde pública, que continua, de

facto, a marcar a realidade de muitos países e de muitos povos pelo mundo inteiro.

Naturalmente, interpela-nos também para que, em relação à situação que vivemos no nosso País, façamos

uma reflexão de vida não apenas relativamente à forma como a pandemia teve, em Portugal, esta expressão

dramática — em primeiro lugar, com a perda de vidas humanas, que nos marcou de forma indelével — mas

também pela forma como tivemos de chamar todos aqueles que, no seu dia a dia, contribuíram para o

funcionamento da sociedade de forma abnegada e a quem foi pedido um esforço acrescido de darem o seu

contributo para que a sociedade portuguesa não tivesse de sofrer ainda mais do que aquilo que sofreu, não

apenas do ponto de vista da perda de vidas humanas, mas também do ponto de vista da garantia das

condições de vida, da garantia de que as consequências económicas e sociais não fossem ainda mais

profundas.

Permitam-me, neste ponto, sublinhar o papel absolutamente notável que tiveram os profissionais de saúde,

os profissionais das forças e serviços de segurança, os trabalhadores de serviços essenciais, como o

abastecimento alimentar, dos serviços e comércio, dos trabalhadores da recolha de resíduos sólidos urbanos,

dos serviços municipais de água, dos transportes, e de tantos e tantos homens e mulheres que, no quotidiano,

parecem invisíveis, mas que são verdadeiros obreiros da forma como, em Portugal, conseguimos dar resposta

à epidemia de modo a que as consequências não sejam ainda mais dramáticas do que aquelas que tivemos

de enfrentar.

Essa reflexão sobre a valorização daqueles que tiveram de dar, e deram, esse contributo generosamente

deve interpelar-nos também para fazermos uma reflexão mais profunda sobre as verdadeiras condições que

Portugal tem para assegurar que o seu povo não tenha de ser confrontado com novas situações dramáticas,

tal como aquelas com que fomos confrontados. Esperamos que nunca mais o sejamos, mas temos de estar

preparados para essa eventualidade.

Julgo que é essa reflexão que nos deixam com a iniciativa que desencadearam e por isso também

queremos saudá-la.

Aplausos do PCP.

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