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I SÉRIE — NÚMERO 16

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Contudo, acho que o seu problema é que o senhor não tem um pé numa galera: o senhor tem os dois no

fundo do mar, continuando no mesmo autor. O senhor não tem solução.

Pergunto-lhe, até, no dia em que a geringonça mata a geringonça, o que é que tem a dizer ao País para o

futuro. Vamos admitir que, amanhã, a proposta de Orçamento cai e, como o Sr. Presidente da República já

disse, vamos para eleições. Imaginemos — espero bem que não! — que o senhor chega aqui com uma maioria

de esquerda. O que é que o senhor vai dizer?! Que se vai juntar com eles outra vez?!

Protestos do PS.

É capaz de dizer isso? É capaz de dizer isso, hoje, ao País? É capaz de dizer que tem uma solução de

esquerda para o País? Não! O seu modelo acabou, o senhor não tem solução nenhuma e esse é o seu principal

problema.

Aplausos do CDS-PP.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente António Filipe.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, ouvindo-o a si e, há pouco, o Sr. Deputado Rui Rio, vejo quem, de facto, são as únicas pessoas que podem ficar contentes com o pré-anúncio

de voto contra este Orçamento que o PCP e o Bloco de Esquerda fizeram. Só mesmo os senhores podem ficar

felizes com um pré-anúncio dessa natureza!

Aplausos do PS.

Mas, Sr. Deputado, em democracia, há sempre soluções. Repito, em democracia, há sempre soluções. Da

nossa parte, até ao último minuto, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para viabilizar, naturalmente,

este Orçamento do Estado, porque entendemos que é um bom Orçamento e que corresponde às necessidades

do País.

Como tive oportunidade de dizer, faremos de tudo para ter um bom Orçamento do Estado, mas não teremos

um Orçamento do Estado a qualquer preço, porque o País não suporta nem comporta qualquer preço para a

aprovação do Orçamento do Estado.

Por isso, vamos fazer tudo para negociar, para que ele possa ser aprovado e veremos o que acontece.

Depois de a Assembleia da República — que é soberana para aprovar ou não aprovar o Orçamento — tomar a

decisão, veremos o que o Sr. Presidente da República, que também é soberano, decide fazer ou não decide

fazer.

Pela nossa parte, já anunciámos o que tínhamos a anunciar. Não viramos a cara ao País e não viramos a

cara às nossas responsabilidades. Estamos aqui para cumprir as nossas responsabilidades, estamos aqui para

exercer as nossas funções e estamos aqui para governar o País.

É isso que estamos aqui a fazer e é isso que faremos, quaisquer que sejam as circunstâncias em que sejamos

colocados. Governaremos de uma forma, numas condições, e governaremos de outras, em más condições.

Já tivemos de enfrentar as ameaças de procedimento por défice excessivo, já tivemos de enfrentar os

augúrios do Diabo, já tivemos de enfrentar a herança, já tivemos as ameaças das sanções e já tivemos de

enfrentar uma pandemia. Olhe, quem sabe se não temos de enfrentar, também, um País a ser gerido em

duodécimos!?

Não sei. Não o desejo. Aquilo que desejo é que este debate corra bem, de uma forma construtiva e que, com

responsabilidade, se encontre a forma de dotar o País do Orçamento de que precisa para 2022.

Aplausos do PS.

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